Chuva e tremores assustam China; presidente agradece ajuda

O presidente da China, Hu Jintao, agradeceu os países e os estrangeiros que ofereceram ajuda às vítimas do terremoto de 7,9 graus registrado na última segunda-feira (12) que deixou quase 29 mil mortos e milhares de desaparecidos na China.

O discurso de Jintao ocorre no início da manhã de domingo (ainda este sábado em Brasília) no país asiático, segundo a agência de notícias China Nova, informou a France Presse.

"Em nome do Comitê Central do Partido Comunista da China, do Conselho de Estado e da Comissão Militar Central, expresso meus mais sinceros agradecimentos aos governos estrangeiros e aos amigos estrangeiros que contribuíram para nossas operações de resgate após o terremoto", disse Hu, segundo a fonte.

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Moradores fogem de Beichuan com medo de inundação na região; presidente da China agradeceu ajuda internacional em discurso

Fuga

No país, milhares de pessoas fugiram de suas casas neste sábado com medo que as barreiras de um lago pudessem ser rompidas na Província de Sichuan. A ação atrasou os esforços de resgate na região.

Alguns trabalhadores das equipes de resgate retornaram ao Condado de Beichuan, perto do epicentro do terremoto, na Província de Sichuan, mas vários moradores estavam muito assustados para voltar. Houve temor que um lago, formado após as réplicas do terremoto terem provocado deslizamentos de terra e bloqueado o curso de um rio, inundasse a cidade.

As chuvas que ocorrem na região também levantam o temor de inundações, segundo a France Presse.

Em Sichuan e na vizinha Chongqing, 17 reservatórios foram danificados, com algumas represas apresentando fissuras ou vazamento de água. Muitas das construções estão no rio Min.

"Enquanto a represa não está reparada, nós não podemos nos sentir relaxados", disse o fazendeiro Feng Binggui, que saiu do vilarejo em que vivia para se estabelecer em lugar nas montanhas, segundo a Reuters.

"Após o rápido esvaziamento [do local], o trabalho de resgate voltou ao normal em Beichuan", informou um site da China, dizendo que a retirada aconteceu após um alarme falso.

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Soldados carregam mulher ferida na Província de Sichuan; temor dificultou trabalhos de resgate, segundo autoridades chinesas

Há uma apreensão crescente com a segurança de represas e reservatórios danificados na Província de Sichuan, localizada em uma região montanhosa e que ocupa uma área do tamanho da Espanha.

Resgate

O trabalho de resgate tem sido complicado pelo mau tempo e as centenas de réplicas do tremor.

Mesmo que as chances de encontrar sobreviventes sob os escombros diminuam com o passar do tempo, os esforços não devem cessar, "pois é a prioridade de nosso trabalho", disse Hu neste sábado, segundo a Reuters.

Como a temperatura tem aumentado, os sobreviventes temem problemas com higiene e começam a questionar o que acontecerá com eles no futuro. "Não precisamos agora de mais macarrão instantâneo, nós queremos saber o que acontecerá com nossas vidas", disse Wang Jianhong, um motorista de caminhão na cidade de Dujiangyan, segundo a Reuters.

As autoridades chinesas planejam distribuir meio quilo de comida e dez yuan (R$ 2,3) por dia a pessoas com dificuldades financeiras nas áreas afetadas pelo terremoto pelo período de três meses, segundo a agência Xinhua. Devem também ser instaladas casas móveis, salas de aula temporárias e clínicas médicas para afetados pelo tremor.

Com Reuters e France Presse