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Japão desiste de enviar ajuda à China através do Exército
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da Folha Online
O Japão voltou atrás em seus planos de usar o Exército para enviar barracas e cobertores aos sobreviventes do terremoto do último dia 12 na China, após encontrar oposição de membros do governo chinês à medida.
A imprensa japonesa afirmou nesta quinta-feira que o Exército iria levar assistência no que seria a primeira missão de militares japoneses na China desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e um passo adiante no fortalecimento das relações sino-japonesas, extremamente delicada devido ao passado de guerras entre os dois.
Porém, o plano foi adiado, ao menos por enquanto, e a ajuda será enviada através de aviões comerciais fretados, de acordo com os jornais japoneses.
Arte Folha Online |
"Não conseguimos um consenso do governo chinês", disse uma fonte do governo japonês ao diário "Asahi Shimbun". O "Yomiuri Shimbun" também afirmou que o plano foi adiado, citando a preocupação de Pequim após mensagens em sites chineses criticarem a ação ao relacionarem os militares japoneses com as tropas dos tempos de guerra.
O Japão enviou equipes de resgate e um grupo médico logo depois do tremor à Província de Sichuan, a mais afetada, e o Japão afirmou no início desta semana ter recebido um pedido de assistência militar.
A relação bilateral esfriou durante o mandato do ex-premiê Junichiro Koizumi (2001-2006), devido às suas visitas ao templo Yasukuni, visto por críticos como um símbolo do passado bélico do Japão, pois honra criminosos de guerra condenados entre os mortos do país em guerras.
Desde então, as relações melhoraram, mas muitos chineses guardam ressentimentos pela invasão militar da China por parte dos japoneses entre 1931 e 1945.
O terremoto de 12 de maio na China deixou 68.516 mortos confirmados e 19.350 desaparecidos, segundo o governo chinês. De acordo com o balanço, ainda provisório, o número de feridos no tremor, que chegou a 8 graus na escala Richter, chega a 365.399.
O número de pessoas desabrigadas é superior a 15 milhões e mais de 15 mil feridos permanecem hospitalizados.
Resgate
O Exército chinês resgatou 40 pessoas que ficaram isoladas com terremoto de 12 de maio e sobreviveram por 16 dias com poucos mantimentos, afirmou a imprensa estatal nesta quinta-feira, enquanto a chuva ameaça criar novas catástrofes para milhões de sobreviventes.
Um helicóptero militar retirou 40 pessoas de uma aldeia devastada nas montanhas, onde algumas delas passaram mais de duas semanas com pouco mais que arroz e plantas selvagens, segundo o jornal "Huaxi Dushi Bao".
Este resgate é mais um de uma lista de histórias extraordinárias de sobrevivência, mas que representam apenas uma pincelada de boas notícias em meio ao horror provocado pelo terremoto, que deixou 88 mil mortos e desaparecidos, além de mais de 15 milhões de desabrigados.
A prioridade para as autoridades nesta quinta continua sendo a gestão das conseqüências do terremoto, enquanto cresce o risco de inundações por causa das chuvas e dos lagos criados com o tremor.
Zhu Wei/AP |
Em imagem fornecida pela Xinhua, o lago Tangjiashan, formado por deslizamentos criados com tremor que matou mais de 68 mil |
A principal tarefa é a drenagem do maior desses lagos, formado no rio Jian com deslizamentos de terra que o represaram. Este lago ameaça romper a barreira natural e inundar um vale no qual vivem milhões de pessoas.
O lago contém atualmente 139 milhões de metros cúbicos de água e sobe cerca de um metro a cada 24 horas, segundo a Xinhua.
Outro problema grave é a presença de 5.000 toneladas de produtos químicos perigosos em uma área próxima ao rio, na região de Tangjianshan, informou a agência regional de proteção ao meio ambiente.
Os trabalhos para a remoção deste material perigoso, incluindo ácido clorídrico, devem começar nas próximas horas.
As autoridades se preparam para prosseguir com a retirada da população. Até o momento, 158 mil habitantes já foram retirados das zonas de perigo mais iminente, esvaziando dezenas de vilas.
A China prossegue ainda com os esforços para levar alimentos, abrigo e medicamentos aos milhões de sobreviventes.
Com Reuters e France Presse
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