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25/06/2008 - 22h22

Jovens bolivianos enfrentam polícia e defendem governo autônomo

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colaboração para a Folha Online

Membros da União Juvenil de Santa Cruz (UJC, de ultradireita) tentaram tomar um pedágio e enfrentaram a polícia nesta quarta-feira, no primeiro episódio violento de ocupação de instituições públicas organizado para defender o governo autônomo da região.

Ferrenhos opositores ao presidente boliviano, Evo Morales, os grupos da UJC ocuparam o pedágio, mas foram desalojados pela polícia, que prendeu 12 jovens pró-autonomia.

Reuters
Manifestantes pró-autonomia do departamento de Santa Cruz atacam posto policial e ateiam fogo em veículo para libertar colegas
Manifestantes pró-autonomia do departamento de Santa Cruz atacam posto policial e ateiam fogo em veículo para libertar colegas

Em represália, ativistas da UJC atacaram um posto policial, soltaram seus companheiros e atearam fogo a uma patrulha até serem, finalmente, dispersos pela polícia do Batalhão de Choque, com amplo uso de gás lacrimogêneo.

Essa foi a primeira ocupação violenta de um prédio público, reivindicada pela UJC em benefício do chamado governo autônomo de Santa Cruz, instalado de fato depois que essa região realizou um referendo, em 4 de maio, que apoiou, de forma contundente, seus estatutos autonômicos.

Segundo o presidente da UJC, David Cejas, as ocupações vão continuar, porque "não há temor em enfrentar a polícia".

"Temos uma lista de instituições que serão tomadas nos próximos dias", anunciou Cejas, citando, entre elas, de acordo com uma versão da agência oficial de notícias, a nacionalizada Entel (Telecomunicações) e as regionais de Impostos Nacionais e a Aduana Nacional.

Cejas alertou que "tampouco tememos possíveis represálias, ou processos que possam ser instaurados contra nós".

O ministro de Governo (Interior), Alfredo Rada, comentou que a UCJ age por "instruções diretas" do governador Rubén Costas e de Branko Marinkovic, presidente do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, poderosa organização civil empresarial contrária ao governo Morales.

Referendo

O partido opositor União Nacional (UN) apresentou nesta quarta-feira um recurso perante a Corte Nacional Eleitoral (CNE) para tentar frear o referendo revogatório previsto para acontecer na Bolívia em 10 de agosto.

A CNE deve se pronunciar sobre o assunto até amanhã.

Arturo Murillo, dirigente e deputado desse partido minoritário no Congresso Nacional, disse hoje à agência Efe que se trata de um "recurso indireto de inconstitucionalidade" que, de acordo com ele, deveria gerar a suspensão "imediata" da consulta revogatória "devido a sua ilegalidade".

O mero fato de remeter a consulta ao TC paralisa "automaticamente" o referendo sobre a continuidade do presidente Evo Morales, de seu vice-presidente e dos governadores regionais.

No entanto, o Tribunal Constitucional não está em funcionamento,devido as renúncias consecutivas de quatro de seus cinco membros, depois do julgamento que Morales tentou gerar contra si no ano passado por um suposto abuso de poder.

Na consulta revogatória, os bolivianos deverão decidir se estão de acordo com a continuidade do processo de mudança liderado por Morales e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, assim como com a permanência dos governadores regionais.

Para revogar os mandatos é preciso que o "não" supere tanto a porcentagem de apoio obtido por cada governante nas eleições nacionais e departamentais de 2005, nos quais foram escolhidos, como o número absoluto de votos.

Os dirigentes regionais se opõem à realização do revogatório porque acreditarem que o pleito favorece Morales e coloca em segundo plano a briga pelas autonomias. O governo defende que os governadores regionais têm medo de perder seus cargos.

Com Efe e France Presse

 

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