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26/08/2008 - 16h31

Rússia comunica à ONU reconhecimento da independência de Províncias da Geórgia

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da Efe, em Nova York

O embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, informou nesta terça-feira ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, sobre a decisão de Moscou de reconhecer a independência das regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul.

"Acabo de me reunir com o secretário-geral e lhe entreguei uma carta com a decisão tomada pelo presidente (Dmitri) Medvedev", disse Churkin, em entrevista coletiva à imprensa após seu encontro com Ban.

O diplomata afirmou que Moscou decidiu reconhecer a independência das duas regiões para assegurar a "sobrevivência" de suas populações "diante da agressão chauvinista" do governo da Geórgia.

Desafiando a pressão realizada pelo Ocidente, Medvedev anunciou nesta terça-feira que Moscou decidiu reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia.

Em discurso transmitido pela televisão, o chefe do Kremlin informou que assinou os decretos sobre o reconhecimento da independência das duas regiões georgianas e pediu que outros Estados façam o mesmo. Um dia antes, o Parlamento russo havia aprovado o reconhecimento da independência das regiões separatistas.

A decisão desta terça-feira faz a Rússia ir contra os apelos do Ocidente, que alertou fortemente Moscou a não reconhecer as duas regiões separatistas e a apoiar a integridade territorial da Geórgia.

Saakashvili

Churkin leu uma nota do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, na qual o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, é acusado como o responsável por "destruir" a integridade territorial da Geórgia.

"Saakashvili não deixou nenhuma outra possibilidade às duas regiões, além de assegurar sua sobrevivência por meio do exercício da autodeterminação como Estados independentes", declarou.

O uso da força por Tbilisi contra a Ossétia do Sul no dia 7 de agosto "criou uma nova realidade" na qual resoluções anteriores assinadas pela Rússia na ONU sobre a integridade territorial da Geórgia "foram feitas em pedaços", declarou.

Ele reconheceu que esta decisão do Kremlin "tornará mais difíceis" as relações com os EUA e a União Européia (UE), mas rejeitou que as tensões dentro do Conselho de Segurança representem um retorno à Guerra Fria.

"Isto não é a Guerra Fria, que tinha uma natureza completamente diferente e na qual os dois lados se mantinham agarrados pelo pescoço", afirmou o diplomata.

Kosovo

Além disso, Churkin recordou que Moscou havia advertido anteriormente que a declaração unilateral de independência do Kosovo, em fevereiro deste ano, constituía um precedente que "reforçaria" o desejo de outras regiões com aspirações similares.

"Foi criada uma dinâmica que, já tinhamos avisado, que daria impulso a outras situações, embora acredite pessoalmente que o caso da Ossétia do Sul e da Abkházia seja muito mais sólido", disse.

Churkin afirmou que não recebeu instruções de seu governo para empreender medida alguma diante do Conselho de Segurança da ONU em relação à situação no Cáucaso.

Nas últimas semanas, o principal órgão das Nações Unidas foi incapaz de chegar a um acordo para adotar uma resolução que ajude a acabar com o conflito, que já se prolonga por quase um mês, e estabeleça um diálogo internacional que permita solucioná-lo de forma pacífica.

ONU

A porta-voz da ONU, Michèle Montas, disse hoje que o secretário-geral reafirma suas declarações anteriores sobre o conflito na Geórgia, nas quais defende a negociação e o respeito à soberania do país.

"O secretário-geral da ONU lamenta que as tentativas para encontrar uma solução no Conselho de Segurança tenham ficado complicadas", afirmou.

Montás afirmou que o reconhecimento das duas novas repúblicas é uma decisão que deve ser tomada por cada país membro da ONU por conta própria.

Comentários dos leitores
J. R. (1000) 07/10/2009 09h20
J. R. (1000) 07/10/2009 09h20
Marcel Guazzelli () 04/03/2009 08h56 - Revisando, Sr. Marcel, as nossa informações se complementam. Eu apenas preferiria que Stalin não ficasse no poder, porém sem ele não sei se a Rússia teria vencido. Enfim, as tropas alemãs foram todas dizimadas pelos russos nos Balcãs. sem opinião
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Marcel Guazzelli (4) 04/03/2009 08h56
Marcel Guazzelli (4) 04/03/2009 08h56
Sr JR, as maiores baixas foram russas, as melhores tropas alemãs estavam no flanco oriental ... só pra citar alguma coisa.... não vou aqui abrir a wikipédia e pegar um monte de números para justificar a minha posição, o que sería muito fácil... Mas atacar velhos e menores de idade, flanco ocidental, tenho absolutamente certeza que foi bem mais fácil 4 opiniões
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J. R. (1000) 27/02/2009 16h08
J. R. (1000) 27/02/2009 16h08
O Ocidente informava a posição das tropas alemãs e enviava suprimentos e combustíveis para as linhas russas, ó Marcel Guazzelli (2) 04/10/2008 09h21
quando diz "Sr. J.R. , quem mais ajudou para a derrocada alemã foram os russos e não os aliados. Leia mais, por favor... ". Desculpe Sr. Guazzelli, procuro me aprofundar no que leio, portanto não leio pasquins ...
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