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Camponeses aliados de Morales intensificarão bloqueios em Santa Cruz
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da Folha Online
Os grupos de camponeses aliados ao governo de Evo Morales, que mantêm bloqueados os acessos à cidade de Santa Cruz, núcleo da oposição autonomista boliviana, anunciaram que pretendem intensificar os protestos.
Os conflitos entre partidários e opositores ao governo do presidente Evo Morales, já deixaram 30 mortos e 45 feridos. Desde a semana passada, os confrontos se intensificaram nos cinco departamentos (Estados) governados pela oposição. Prédios públicos foram incendiados, estradas bloqueadas e houve choques entre soldados e manifestantes.
A decisão foi tomada apesar de os chamados "comitês cívicos", aliados do governador regional autonomista, Rubén Costas, já terem suspendido os bloqueios de estrada que tinham imposto, segundo disse à agência Efe Juan Carlos Morales, representante do Comitê Cívico de Santa Cruz.
Mas os camponeses aliados do presidente consideram que os bloqueios não devem parar enquanto o governo não recuperar o controle das instituições públicas ocupadas nos últimos dias pelos comitês cívicos.
Entre elas se encontram os escritórios de Alfândegas, o Instituto Nacional de Reforma Agrária, a sede da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), a Superintendência Florestal e até a estação de ônibus e trens conhecida como Bimodal.
Segundo uma porta-voz do governo local de Santa Cruz, amanhã será anunciado o destino dessas instituições, isto é, se manterão a autonomia ou se serão devolvidas ao governo central, como exigiu Morales.
Os camponeses que mantêm obstruída a principal estrada entre Santa Cruz e a fronteira com o Brasil decidiram hoje, em uma assembléia em Cuatro Cañadas, intensificar seus bloqueios e se aproximar de Santa Cruz para pressionar pela devolução de todos os escritórios estaduais.
Nenhum dos presentes pediu a diminuição dos bloqueios, apesar dos prejuízos que causa aos habitantes do departamento -falta de gás para cozinhar e alimentos. Pelo contrário, a opinião unânime foi a de intensificá-los e de atacar Santa Cruz com armas se fosse necessário.
Renúncia
Os camponeses bolivianos reforçaram nesta segunda-feira os bloqueios de estradas que mantêm em Tiquipaya, 40km a oeste de Santa Cruz, e também exigiram a renúncia do governador da região, Rubén Costas.
"Estamos pedindo a renúncia de Costas, eles (o governo de Santa Cruz) promovem a violência e nos agridem", disse à AFP Joel Guarachi, secretário da Confederação Sindical Única dos Trabalhadores Camponeses da Bolívia e coordenador do piquete.
"Queremos paz, que parem de nos matar, e pedimos um referendo constitucional" para aprovar a nova Constituição, promovida por Morales e rejeitada pelos governadores de Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca.
Ao lado de montes de terra, cilindros de metal e pneus, que impedem a passagem de automóveis, o líder sindical admitiu que "parte de nossas exigências está sendo cumprida".
No sábado, ocorreu uma verdadeira batalha campal em Tiquipaya envolvendo camponeses e jovens da União Juvenil Cruzense, partidários dos governadores de oposição e que tentaram desbloquear as estradas.
Dezenas de caminhões estão bloqueados na estrada que liga Santa Cruz de La Sierra à cidade de Sucre, enquanto os camponeses mantêm os bloqueios armados com porretes. Alguns caminhoneiros já estão bloqueados há quatro dias na região de Tiquipaya.
Com Efe e France Presse
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