Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/09/2002 - 16h26

Bush dá ultimato ao Iraque e cobra posição da ONU

CRISTINA AMORIM
da Folha Online

Em um discurso na Assembléia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deu um ultimato ao presidente iraquiano Saddam Hussein para que cumpra as resoluções do Conselho de Segurança, sob pena de ser retirado do poder em uma ação militar internacional.

Bush também cobrou uma posição mais rígida das Nações Unidas sobre a questão. Segundo ele, caso o Iraque aja contra um país vizinho -como ocorreu em 1990, na invasão ao Kuait-, a responsabilidade será dividida entre os membros da entidade.

O ataque verbal ao Iraque começou com uma listagem das resoluções do Conselho de Segurança que não teriam sido cumpridas.

Na manhã de hoje, a Casa Branca divulgou um relatório com acusações ao país árabe. Intitulado "Uma Década de Engano e Desacato", o relatório baseia-se em estudos de grupos de oposição a Saddam, dos inspetores de armas da ONU e de ONGs de defesa dos direitos humanos. No entanto, alguns pontos apresentados não são comprovados.

Após citar o descumprimento das resoluções, o presidente norte-americano relacionou uma série de atos que Saddam deve tomar se "deseja paz": revelar e destruir todas as armas de destruição em massa e mísseis de longo alcance do país; encerrar o apoio ao terrorismo e lutar para contê-lo; cessar a perseguição aos civis, incluindo minorias xiitas, sunitas, curdas e turcomanas; libertar ou dar satisfações sobre todos os presos na Guerra do Golfo; e parar o "comércio ilícito" fora do programa "petróleo por comida", além de aceitar a administração dos fundos do programa pela ONU.

"Nós não podemos manter ilusões -e é importante lembrar disso hoje", afirmou Bush. "A única forma de nós estarmos completamente certos que [Saddam Hussein] tem armas nucleares é quando -Deus nos livre- ele as usar. Devemos fazer algo para evitar que esse dia chegue."

Ingenuidade
Bush afirmou que, após uma década de desacato às exigências do Conselho de Segurança, seria ingenuidade acreditar que o regime iraquiano não busca o desenvolvimento de armas com grande poder de destruição.

"Acreditar na boa fé deste regime é apostar a vida de milhões em um jogo rápido", disse. "E este é um risco que nós não devemos correr."

Antes de Bush discursar, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu ao governo dos Estados Unidos que não aja unilateralmente contra o Iraque. "Quando Estados decidem usar a força para lidar com ameaças externas à paz e à segurança internacionais, não há substituto para a legitimidade única concedida pelas Nações Unidas."

Desde 1998, os inspetores de armas da ONU não têm permissão iraquiana para voltar ao país. Saddam afirma que a inspeção -exigência imposta pelo Conselho de Segurança após a Guerra do Golfo, em 1991- é uma forma de Washington espionar o Iraque.

A ONU nega as acusações e busca um acordo diplomático com o governo iraquiano. Desde o ano passado, as duas partes discutem o retorno dos funcionários da ONU.

Em fevereiro, Bush classificou o Iraque como integrante de um "eixo do mal", ao lado do Irã e da Coréia do Norte, por supostamente desenvolver armas de destruição em massa e patrocinar o terrorismo.

Leia mais

  • Leia o discurso de Celso Lafer na Assembléia Geral da ONU

  • Confira o discurso de Kofi Annan na Assembléia Geral da ONU

  • Confira a íntegra do discurso de Bush na ONU

  • Annan pede aos EUA que não ajam sozinhos contra Iraque

  • Casa Branca divulga relatório com lista de acusações ao Iraque

  • "Povo iraquiano está pronto para ataque" diz Tarek Aziz

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página