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16/10/2002 - 07h57

Investigadores vêem ação de profissionais em atentado de Bali

da France Presse, em Jacarta (Indonésia)

Investigadores vêem a ação de profissionais no atentado na ilha de Bali, principalmente pela maneira como a ação foi planejada e executada, utilizando uma combinação de C-4 e gás para causar o máximo de vítimas, disse hoje uma fonte ligada à investigação.

O chefe da polícia de Bali afirmou hoje que foram encontrados restos de RDX ou ciclonita, um dos componentes do C-4, um explosivo plástico militar do qual também foram achados resquícios em vários atentados atribuidos à rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.

Os investigadores perceberam semelhanças entre a explosão do carro-bomba que matou pelo menos 181 pessoas no sábado (12) em Bali e o atentado cometido no dia 1º de agosto de 2000 em Jacarta contra o embaixador das Filipinas, que saiu gravemente ferido por uma bomba, segundo as fontes.

No sábado, os terroristas utilizaram na ilha de Bali a técnica do atentado em "duas etapas". Uma primeira explosão provocou o pânico e levou um máximo de pessoas para o local onde ocorreu a explosão principal. "Um atentado organizado de maneira muito profissional", disseram os investigadores.

Segundo o jornal "The Washington Post", a polícia indonésia prendeu um oficial da força aérea, que teria confessado que preparou a bomba do atentado. O jornal, que cita fontes da segurança indonésia, acrescenta que este homem não revelou os nomes dos instigadores do ataque e lamentou o grande número de vítimas.

O último balanço dá conta de 181 mortos e centenas de feridos, mas pode ser maior, pois é possível que haja pessoas que foram praticamente volatilizadas pela onda expansiva e o calor da explosão.

Cerca de 40 investigadores australianos, agentes do FBI (polícia federal norte-americana), britânicos da Scotland Yard e policiais alemães e japoneses trabalham arduamente hoje na busca de novos indícios.

O profissionalismo do atentado de Bali rompe com os meios utilizados até agora -bombas de fabricação caseira de menor potência- na maioria dos atentados ocorridos na Indonésia nos dois últimos anos.

O Departamento de Estado norte-americano apresentou a hipótese do atentado ter sido executado por uma equipe local, com a ajuda prévia de especialistas vindos do exterior, encarregados da localização do objetivo e do planejamento.

Citando uma fonte policial, o jornal indonésio "Koran Tempo" afirmou que uma equipe de oito pessoas a bordo de dois veículos teria participado na operação.

Pouco antes de chegar ao Sari Club, os dois veículos provocaram um engarrafamento de trânsito na rua estreita do bairro turístico de Kuta, para deixar livre o caminho diante deles.

Os ocupantes de uma das caminhonetes a abandonaram então para embarcar em outro veículo que partiu a toda velocidade pouco antes da explosão da bomba. A polícia anunciou ontem que estava interrogando em especial dois homens, um dos quais se encontrava em Kuta, e que estes se "recusavam a responder ou davam explicações contraditórias".

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