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15/10/2002
-
23h39
O material plástico C4, que pode ter sido utilizado no atentado de sábado (12) em Bali, na Indonésia, que deixou cerca de 180 mortos e 300 feridos, é um poderoso explosivo utilizado habitualmente por militares e fabricado essencialmente nos Estados Unidos.
Traços de C-4, explosivo parecido com o que foi usado no ataque de dois anos atrás ao destróier USS Cole no Iêmen -foram encontrados no local da explosão de Bali, segundo o chefe da Polícia Nacional, Da'i Bachtiar.
O chefe de serviços de informação da Indonésia, general Abdulá Hendropriyono, disse que o atentado foi realizado com um explosivo de tipo C4.
As ruínas do que restou do prédio onde funcionava a casa noturna Sari continuam sendo analisadas na busca de mais pistas. A descoberta dos explosivos indica que a operação foi altamente sofisticada.
O C4 é uma pasta branca maleável, parecida a massa de pão, que pode ser modelada sem o menor perigo para que assuma qualquer forma, explicou um especialista, Mark Ribband, que dirige no Reino Unido a empresa Ribbands Explosives UK.
"Você pode até dar um tiro dentro [da massa C4] sem que nada aconteça: é preciso de um detonador para que possa explodir", explicou o especialista.
A substância não pode ser detectada pelos raios X utilizados, principalmente, nos aeroportos.
Os militares normalmente utilizam C4, que também pode ser usado por empresas de demolição.
EUA
O C4 é composto por hexogênio, outro explosivo poderoso, e um material maleável. Segundo o especialista britânico, o C4 é fabricado "em muitos países, mas especialmente nos Estados Unidos. Se existe C4 no arsenal de outro país, é porque houve influência norte-americana".
De acordo com o diretor da empresa britânica, que comercializa explosivos sob um controle governamental rígido, o C4 é "difícil de encontrar,mas tudo pode ser comprado se for colocado um preço".
Pode provir de um roubo ao arsenal de um país, com cumplicidade militar. A forma mais fácil para fazer isso é declarar que 100 kg de explosivos são necessários para um trabalho de demolição e utilizar só 90 kg, segundo o especialista britânico.
Em um artigo publicado hoje no jornal indonésio "Republika", um analista da área de inteligência diz sobre as explosões: "É impossível que um plano dessas dimensões tenha sido elaborado por malaios. Ele só pode ter sido feito por uma superpotência".
A maior parte dos indonésios, como a maior parte da população da vizinha Malásia, é da etnia malaia.
Em um outro jornal, um líder muçulmano escreveu que as suspeitas "dirigem-se acentuadamente para elementos externos, em especial para os EUA".
Pistas
O tipo de explosivo pode fornecer aos especialistas várias pistas a respeito da origem da bomba.
O professor de ciência forense da Universidade de Strathclyde, na Escócia, disse que, uma vez que as substâncias componentes são identificadas, talvez seja possível encontrar o fabricante.
Os governos possuem listas de fabricantes de explosivos, e podem perguntar a eles que componentes são usados.
Uma vez terminado esse processo, os especialistas podem verificar registros de vendas e distribuição, conferindo, também, se houve roubos de um determinado explosivo.
O sucesso de uma operação como esta depende de quão rigorosos são os registros mantidos pela empresa.
O tipo de detonador, ou o mecanismo de marcação de tempo usado num determinado atentado, também fornecem pistas: os investigadores podem compará-los aos sistemas usados na construção de outras bombas.
Com agências internacionais
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Explosivo encontrado em Bali é fabricado principalmente nos EUA
da Folha OnlineO material plástico C4, que pode ter sido utilizado no atentado de sábado (12) em Bali, na Indonésia, que deixou cerca de 180 mortos e 300 feridos, é um poderoso explosivo utilizado habitualmente por militares e fabricado essencialmente nos Estados Unidos.
Traços de C-4, explosivo parecido com o que foi usado no ataque de dois anos atrás ao destróier USS Cole no Iêmen -foram encontrados no local da explosão de Bali, segundo o chefe da Polícia Nacional, Da'i Bachtiar.
O chefe de serviços de informação da Indonésia, general Abdulá Hendropriyono, disse que o atentado foi realizado com um explosivo de tipo C4.
As ruínas do que restou do prédio onde funcionava a casa noturna Sari continuam sendo analisadas na busca de mais pistas. A descoberta dos explosivos indica que a operação foi altamente sofisticada.
O C4 é uma pasta branca maleável, parecida a massa de pão, que pode ser modelada sem o menor perigo para que assuma qualquer forma, explicou um especialista, Mark Ribband, que dirige no Reino Unido a empresa Ribbands Explosives UK.
"Você pode até dar um tiro dentro [da massa C4] sem que nada aconteça: é preciso de um detonador para que possa explodir", explicou o especialista.
A substância não pode ser detectada pelos raios X utilizados, principalmente, nos aeroportos.
Os militares normalmente utilizam C4, que também pode ser usado por empresas de demolição.
EUA
O C4 é composto por hexogênio, outro explosivo poderoso, e um material maleável. Segundo o especialista britânico, o C4 é fabricado "em muitos países, mas especialmente nos Estados Unidos. Se existe C4 no arsenal de outro país, é porque houve influência norte-americana".
De acordo com o diretor da empresa britânica, que comercializa explosivos sob um controle governamental rígido, o C4 é "difícil de encontrar,mas tudo pode ser comprado se for colocado um preço".
Pode provir de um roubo ao arsenal de um país, com cumplicidade militar. A forma mais fácil para fazer isso é declarar que 100 kg de explosivos são necessários para um trabalho de demolição e utilizar só 90 kg, segundo o especialista britânico.
Em um artigo publicado hoje no jornal indonésio "Republika", um analista da área de inteligência diz sobre as explosões: "É impossível que um plano dessas dimensões tenha sido elaborado por malaios. Ele só pode ter sido feito por uma superpotência".
A maior parte dos indonésios, como a maior parte da população da vizinha Malásia, é da etnia malaia.
Em um outro jornal, um líder muçulmano escreveu que as suspeitas "dirigem-se acentuadamente para elementos externos, em especial para os EUA".
Pistas
O tipo de explosivo pode fornecer aos especialistas várias pistas a respeito da origem da bomba.
O professor de ciência forense da Universidade de Strathclyde, na Escócia, disse que, uma vez que as substâncias componentes são identificadas, talvez seja possível encontrar o fabricante.
Os governos possuem listas de fabricantes de explosivos, e podem perguntar a eles que componentes são usados.
Uma vez terminado esse processo, os especialistas podem verificar registros de vendas e distribuição, conferindo, também, se houve roubos de um determinado explosivo.
O sucesso de uma operação como esta depende de quão rigorosos são os registros mantidos pela empresa.
O tipo de detonador, ou o mecanismo de marcação de tempo usado num determinado atentado, também fornecem pistas: os investigadores podem compará-los aos sistemas usados na construção de outras bombas.
Com agências internacionais
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