Líder da oposição tailandesa diz que formará governo de coalizão

O líder do opositor Partido Democrata da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, anunciou que sua legenda poderá formar um governo de coalizão apoiado por mais de 260 dos 448 deputados do Parlamento. Ele pediu nesta segunda-feira a convocação de uma sessão extraordinária do Parlamento para eleger o novo premiê.

A declaração surge uma semana após o Tribunal Constitucional cassar o mandato de Somchai Wongsawat por fraudes eleitorais em 2007. O partido governista e outras legendas aliadas foram dissolvidas pelo mesmo tribunal.

A decisão aconteceu após meses de protestos de membros da APD (Aliança do Povo pela Democracia), que argumentava que o ex-premiê era aliado de seu antecessor Thaksin Shinawatra, foragido da justiça do país sob acusações de corrupção e abuso de poder.

Para o opositor Vejjajiva, cabe ao gabinete interino decidir se dissolve a Câmara Baixa ou convoca uma sessão extraordinária, na qual presumivelmente será investido como novo primeiro-ministro.

Os democratas revelaram ontem que têm o apoio de 260 das 441 cadeiras válidas do Parlamento, enquanto o partido Puea Thai (Pelos Tailandeses) insiste em que pode governar em minoria com 226 deputados, pois chega ao mínimo de 221.

Os seguidores do governo qualificaram os planos do Partido Democrata de "um golpe de Estado encoberto", com a gestão dos militares do país. Vários dirigentes do Exército admitiram em uma reunião com os antigos parlamentares da coalizão governamental que agora apóiam oposição.

O Puea Thai, que foi criado recentemente, recebeu os legisladores governistas que ficaram sem legenda após a dissolução na semana passada do PPP (Partido do Poder do Povo).

A legenda ilegalizada, que venceu as eleições de 2007, foi fundada pelos aliados do ex-chefe do Executivo Thaksin Shinawatra, deposto por um levante em 2006 e foragido da Justiça tailandesa.