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30/12/2002
-
14h02
Chegou a 83 o número de mortos em um ataque suicida ocorrido na sexta-feira (27) contra a sede do governo da Tchetchênia, em Grozni (capital da república separatista russa), depois que vários feridos morreram nas últimas horas no hospital, disse hoje o canal russo de televisão NTV, citando uma fonte do governo tchetcheno.
O correspondente da NTV em Grozni disse que o número de vítimas pode aumentar, já que 15 feridos continuam em estado crítico. O último balanço oficial, anunciado ontem à noite pelo premiê tchetcheno, Mikhail Babich, dava conta de 61 mortos.
O Ministério de Situações de Emergência, citado pela agência de notícias Interfax, afirmou hoje que 50 vítimas foram identificadas.
A maioria das vítimas era de funcionários da administração. Segundo fontes tchetchenas, os três terroristas dirigiam um caminhão e um jipe militares cheios de explosivos e chegaram a passar por três postos de controle. Os veículos explodiram a dez metros da entrada do prédio.
"Os terroristas tinham documentos necessários para sua cobertura", afirmou o vice-ministro tchetcheno do Interior, Ajmad Dakaiev. "Dois salvo-condutos estavam afixados nos pára-brisas dos veículos, como usam as forças federais", disse.
Os rebeldes atacam regularmente líderes tchetchenos pró-russos, a quem consideram traidores.
Acusações
As autoridads autoridades russas responsabilizaram o ex-presidente tchetcheno Aslan Maskhadov (afastado do poder por conta da intervenção militar russa) e o principal líder guerrilheiro islâmico da região, Shamil Bassaiev pelas explosões. Akhmed Zakaiev, liderança tchetchena ligada a Maskhadov, negou participação de seu grupo nos atentados, que, segundo ele, seriam "uma tragédia para toda a população tchetchena. "Eu os condeno totalmente", disse em Londres, onde está exilado.
No dia 23 de outubro, um grupo de rebeldes tchetchenos tomou um teatro de Moscou e fez cerca de 800 pessoas reféns durante 58 horas. Os rebeldes reivindicavam a retirada imediata das forças russas da Tchetchênia. Sem chegar a um acordo, a polícia de Moscou lançou um gás a base ópio dentro do teatro e deu início à operação de resgate: o gás causou a morte de 129 reféns. Outros dois reféns morreram baleados pelos terroristas. Todos os 41 rebeldes que invadiram o teatro também morreram no incidente.
O Exército russo entrou na Tchetchênia no final de setembro de 1999, alegando combater grupos terroristas islâmicos. Após quase dois anos de combates, Moscou domina a maior parte da região, incluindo a capital, Grosni, e as principais cidades.
A Tchetchênia, de maioria muçulmana, é formalmente uma república russa, mas havia conquistado autonomia após o conflito travado com Moscou entre 1994 e 1996. A região foi anexada pela Rússia no século 18, ainda na época dos czares.
Organizações internacionais criticam, desde o início da ofensiva russa, o desrespeito aos direitos humanos. Civis e rebeldes tchetchenos teriam sido barbaramente torturados e mortos por soldados russos.
O presidente russo, Vladimir Putin, se tornou a figura mais popular na política do país graças à sua ação na ofensiva na Tchetchênia e ganhou a eleição presidencial ocorrida em março de 2000.
Conflito
Em dezembro de 1994 a Rússia desencadeou a guerra contra a República independentista da Tchechênia. O conflito durou 21 meses, deixou milhares de mortos e terminou com a retirada dos russos. A Tchetchênia, que faz parte do território russo, passou a gozar de ampla autonomia.
Em setembro de 1999, Putin ordenou nova ofensiva militar contra a Tchechênia, considerada uma república rebelde, alegando que a Província abrigaria rebeldes islâmicos que pretendiam estabelecer uma República fundamentalista no Daguestão, região vizinha à Tchechênia. Segundo o governo da Rússia, os rebeldes seriam os responsáveis pelos atentados terroristas que deixaram quase 300 mortos em 1999.
No mês passado, cerca de 14 rebeldes tchetchenos e dois soldados russos morreram em dois dias de confrontos. Dez rebeldes foram mortos durante tiroteios com o Exército russo, e dois soldados russos morreram na explosão de uma mina na região de Chali (sudeste).
O último balanço oficial russo é de 4.249 mortos desde julho de 1999, data em que começou a intervenção das forças federais no Cáucaso do Norte.
Com agências internacionais
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Sobe para 83 número de mortos em atentado na Tchetchênia, diz TV
da Folha OnlineChegou a 83 o número de mortos em um ataque suicida ocorrido na sexta-feira (27) contra a sede do governo da Tchetchênia, em Grozni (capital da república separatista russa), depois que vários feridos morreram nas últimas horas no hospital, disse hoje o canal russo de televisão NTV, citando uma fonte do governo tchetcheno.
O correspondente da NTV em Grozni disse que o número de vítimas pode aumentar, já que 15 feridos continuam em estado crítico. O último balanço oficial, anunciado ontem à noite pelo premiê tchetcheno, Mikhail Babich, dava conta de 61 mortos.
O Ministério de Situações de Emergência, citado pela agência de notícias Interfax, afirmou hoje que 50 vítimas foram identificadas.
A maioria das vítimas era de funcionários da administração. Segundo fontes tchetchenas, os três terroristas dirigiam um caminhão e um jipe militares cheios de explosivos e chegaram a passar por três postos de controle. Os veículos explodiram a dez metros da entrada do prédio.
"Os terroristas tinham documentos necessários para sua cobertura", afirmou o vice-ministro tchetcheno do Interior, Ajmad Dakaiev. "Dois salvo-condutos estavam afixados nos pára-brisas dos veículos, como usam as forças federais", disse.
Os rebeldes atacam regularmente líderes tchetchenos pró-russos, a quem consideram traidores.
Acusações
As autoridads autoridades russas responsabilizaram o ex-presidente tchetcheno Aslan Maskhadov (afastado do poder por conta da intervenção militar russa) e o principal líder guerrilheiro islâmico da região, Shamil Bassaiev pelas explosões. Akhmed Zakaiev, liderança tchetchena ligada a Maskhadov, negou participação de seu grupo nos atentados, que, segundo ele, seriam "uma tragédia para toda a população tchetchena. "Eu os condeno totalmente", disse em Londres, onde está exilado.
No dia 23 de outubro, um grupo de rebeldes tchetchenos tomou um teatro de Moscou e fez cerca de 800 pessoas reféns durante 58 horas. Os rebeldes reivindicavam a retirada imediata das forças russas da Tchetchênia. Sem chegar a um acordo, a polícia de Moscou lançou um gás a base ópio dentro do teatro e deu início à operação de resgate: o gás causou a morte de 129 reféns. Outros dois reféns morreram baleados pelos terroristas. Todos os 41 rebeldes que invadiram o teatro também morreram no incidente.
O Exército russo entrou na Tchetchênia no final de setembro de 1999, alegando combater grupos terroristas islâmicos. Após quase dois anos de combates, Moscou domina a maior parte da região, incluindo a capital, Grosni, e as principais cidades.
A Tchetchênia, de maioria muçulmana, é formalmente uma república russa, mas havia conquistado autonomia após o conflito travado com Moscou entre 1994 e 1996. A região foi anexada pela Rússia no século 18, ainda na época dos czares.
Organizações internacionais criticam, desde o início da ofensiva russa, o desrespeito aos direitos humanos. Civis e rebeldes tchetchenos teriam sido barbaramente torturados e mortos por soldados russos.
O presidente russo, Vladimir Putin, se tornou a figura mais popular na política do país graças à sua ação na ofensiva na Tchetchênia e ganhou a eleição presidencial ocorrida em março de 2000.
Conflito
Em dezembro de 1994 a Rússia desencadeou a guerra contra a República independentista da Tchechênia. O conflito durou 21 meses, deixou milhares de mortos e terminou com a retirada dos russos. A Tchetchênia, que faz parte do território russo, passou a gozar de ampla autonomia.
Em setembro de 1999, Putin ordenou nova ofensiva militar contra a Tchechênia, considerada uma república rebelde, alegando que a Província abrigaria rebeldes islâmicos que pretendiam estabelecer uma República fundamentalista no Daguestão, região vizinha à Tchechênia. Segundo o governo da Rússia, os rebeldes seriam os responsáveis pelos atentados terroristas que deixaram quase 300 mortos em 1999.
No mês passado, cerca de 14 rebeldes tchetchenos e dois soldados russos morreram em dois dias de confrontos. Dez rebeldes foram mortos durante tiroteios com o Exército russo, e dois soldados russos morreram na explosão de uma mina na região de Chali (sudeste).
O último balanço oficial russo é de 4.249 mortos desde julho de 1999, data em que começou a intervenção das forças federais no Cáucaso do Norte.
Com agências internacionais
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