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05/02/2003 - 14h41

ONU será irrelevante se não agir contra Iraque, diz Powell

da Folha Online

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, afirmou hoje que a ONU (Organização das Nações Unidas) pode se tornar irrelevante se não agir em resposta às supostas violações das resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança contra o Iraque.

"Esse órgão se coloca em perigo de irrelevância se deixar o Iraque continuar a desafiar sem responder efetivamente e imediatamente", afirmou Powell ao Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, durante apresentação de evidências de que o Iraque violou resoluções da ONU.

Powell mostrou fotos que, segundo os Estados Unidos, comprovam que o Iraque mantém armas de destruição em massa e acusou o Iraque de "limpar" armazéns que abrigavam supostas armas de destruição de massa.

Powell mostrou fotos realizadas por satélites de três instalações no Iraque.

A primeira das fotos, feita dois dias antes da retomada das inspeções de armas, em novembro do ano passado, mostra que o governo iraquiano teria enviado caminhões a uma instalação que abrigaria mísseis antibalísticos.

Em uma outra foto, Powell chamou a atenção para a presença de cinco caminhões que estariam em um local suspeito de produzir armas biológicas, para esvaziar o local antes da chegada dos inspetores.

"Essa sequência de eventos [mostradas pelas fotos] levanta a grave suspeita de que o Iraque vinha mentindo", afirmou.

O secretário de Estado dos EUA divulgou também supostas fitas de áudio de supostos diálogos interceptados pelos EUA no Iraque que, segundo os Estados Unidos, comprovam que Bagdá violou resoluções da ONU.

Na gravação, duas autoridades iraquianas citam o nome de Mohammed ElBaradei, chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), e discutem a possibilidade de os inspetores de armas da ONU encontrarem "veículos modificados" iraquianos.

"Temos esse veículo modificado [...] O que faremos se um deles encontrá-lo?", diz uma autoridade iraquiana.

"Você não tem um veículo modificado", responde o general. "Vou vê-lo nesta manhã. Estou preocupado. Vocês todos deixaram algo."

"Retiramos tudo. Não deixamos nada", afirma a autoridade iraquiana.

Segundo Powell, o diálogo faz referência a um veículo da companhia al-Kindi que estaria envolvido "em atividades de armas proibidas" e demonstra que os iraquianos estavam escondendo supostas armas durante o trabalho dos inspetores de armas da ONU no Iraque.

"O que aprendemos nos últimos anos é profundamente preocupante. Saddam Hussein [presidente iraquiano] e seu regime não fizeram esforços para se desarmar, conforme requerido [pela resolução da ONU]", afirmou Powell ao Conselho de Segurança.

Crise

Os EUA afirmam ter "provas substanciais", incluindo dados não divulgados, de que o Iraque manteve e até acelerou seus programas de armas de destruição em massa, em desacordo com determinações das ONU.

No dia 27 de novembro, os inspetores de armas da ONU voltaram ao Iraque e retomaram os trabalhos de inspeção de armas de destruição em massa no país.

Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam o Iraque de ter um arsenal de armas químicas e biológicas que vai contra as determinações da ONU, e de estar construindo instalações para fabricar mais armamentos. Ademais, Saddam é acusado pelos dois países de ter fortes relações com grupos terroristas que são capazes de utilizar "armas de destruição em massa". Bagdá nega as acusações.

O desarmamento dos arsenais de destruição em massa e mísseis iraquianos foi determinado pela ONU após a Guerra do Golfo (1991) como uma punição ao Iraque, que invadiu o Kuait em 1990.

Entre 1991 e 1998, a Comissão Especial da ONU para o Desarmamento do Iraque visitou dezenas de locais e destruiu grande quantidade de armas.

O Iraque aceitou de forma incondicional a nova resolução da ONU, chamada de resolução 1441, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança no dia 8 de novembro.

A resolução determinou a entrada de inspetores de armas no país, com acesso ilimitado a todo e qualquer local suspeito de produzir armas químicas, biológicas ou nucleares -inclusive os palácios do governo iraquiano. Caso contrário, o Iraque enfrentará "sérias consequências".

Até o momento, os inspetores de armas não encontraram nenhum tipo de prova contra o Iraque, embora tenham afirmado na segunda-feira passada(27), por meio do chefe do grupo, Hans Blix, que o país não estava cooperando tanto quanto deveria.

Com agências internacionais

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