Publicidade
Publicidade
12/03/2003
-
17h31
O ex-comandante de uma unidade especial da polícia Milorad Lukovic foi o responsável pelo atentado que provocou a morte do primeiro-ministro sérvio Zoran Djindjic, anunciou o governo de Belgrado nesta quarta-feira à noite.
"Milorad Lukovic lidera um grupo criminoso que tentou, ao assassinar o chefe de governo, provocar o caos e o temor na Sérvia", segundo o comunicado.
"O assassinato do primeiro-ministro Zoran Djindjic é uma tentativa deste grupo de deter a luta contra o crime organizado [lançada pelo governo] e fugir da prisão", frisa.
O premiê Zoran Djindjic foi assassinado hoje, do lado de fora da sede do governo em Belgrado. Segundo a rádio B92, ele recebeu um tiro nas costas e outro no estômago.
Djindjic, 50, um reformista que desempenhou um papel de destaque na deposição de Slobodan Milosevic da Presidência iugoslava. Os disparos foram feitos por um franco-atirador, disse a polícia.
Djindjic havia sobrevivido a um incidente ocorrido no mês passado. Um caminhão, aparentemente desgovernado, investiu contra um comboio de carros no qual estava o premiê.
O dirigente sugeriu então que o incidente teria sido uma tentativa de assassinato em razão dos esforços das autoridades no combate ao crime organizado, cuja força aumentou muito durante o conturbado governo de Milosevic nos anos 90.
Foi Djindjic que tomou a decisão de enviar Milosevic para o tribunal de crimes de guerra de Haia (Holanda) na metade de 2001. O ex-presidente, fora do poder desde outubro de 2000, é julgado atualmente por crimes contra a humanidade e genocídio cometidos durante as guerras que fragmentaram a Iugoslávia.
A polícia isolou a sede do governo em Belgrado depois dos disparos. Ministros de governo reuniram-se imediatamente em uma sessão de emergência.
Desavenças
Djindjic, um liberal alinhado com o Ocidente, entrou em choque por diversas vezes com o ex-presidente iugoslavo Vojislav Kostunica, de perfil mais nacionalista, por causa do ritmo das reformas impostas ao país.
O premiê também bateu de frente com Kostunica devido à demissão de chefes de polícia e das forças de segurança e por causa das ameaças do ex-presidente de atacar rebeldes de origem albanesa em uma zona de segurança criada ao longo da fronteira de Kosovo com a Sérvia.
Djindjic deixou parceiros da coalizão governista furiosos em razão de supostas tentativas de aliados dele de, logo depois da derrocada de Milosevic, assumir o controle de empresas estatais mal administradas.
Em todos os três casos, a grande popularidade de Kostunica obrigou Djindjic a retroceder.
O premiê assumiu seu cargo em 2001 e prometeu por várias vezes investir contra o crime organizado e a corrupção.
Djindjic nasceu em Bosanski Samac, na Bósnia. O pai dele era um oficial do Exército do Povo da Iugoslávia. O premiê era casado e tinha dois filhos.
A Sérvia e Montenegro foram as únicas repúblicas que se mantiveram sob o comando da Iugoslávia após seu desmembramento, na década de 90, durante o governo de Slobodan Milosevic, que está sendo julgado pela ONU em Haia, na Holanda, por diversos crimes, incluindo genocídio.
Com agências internacionais
Leia mais
Brasil lamenta assassinato do premiê sérvio
Saiba mais sobre Zoran Djindjic
Sérvia declara estado de emergência
Assassinos querem autoritarismo, diz Otan
Governo acusa líder do crime organizado por morte de premiê sérvio
da Folha OnlineO ex-comandante de uma unidade especial da polícia Milorad Lukovic foi o responsável pelo atentado que provocou a morte do primeiro-ministro sérvio Zoran Djindjic, anunciou o governo de Belgrado nesta quarta-feira à noite.
"Milorad Lukovic lidera um grupo criminoso que tentou, ao assassinar o chefe de governo, provocar o caos e o temor na Sérvia", segundo o comunicado.
"O assassinato do primeiro-ministro Zoran Djindjic é uma tentativa deste grupo de deter a luta contra o crime organizado [lançada pelo governo] e fugir da prisão", frisa.
O premiê Zoran Djindjic foi assassinado hoje, do lado de fora da sede do governo em Belgrado. Segundo a rádio B92, ele recebeu um tiro nas costas e outro no estômago.
Reuters |
o premiê Zoran Djindjic, morto a tiros em Belgrado, hoje |
Djindjic havia sobrevivido a um incidente ocorrido no mês passado. Um caminhão, aparentemente desgovernado, investiu contra um comboio de carros no qual estava o premiê.
O dirigente sugeriu então que o incidente teria sido uma tentativa de assassinato em razão dos esforços das autoridades no combate ao crime organizado, cuja força aumentou muito durante o conturbado governo de Milosevic nos anos 90.
Foi Djindjic que tomou a decisão de enviar Milosevic para o tribunal de crimes de guerra de Haia (Holanda) na metade de 2001. O ex-presidente, fora do poder desde outubro de 2000, é julgado atualmente por crimes contra a humanidade e genocídio cometidos durante as guerras que fragmentaram a Iugoslávia.
A polícia isolou a sede do governo em Belgrado depois dos disparos. Ministros de governo reuniram-se imediatamente em uma sessão de emergência.
Desavenças
Djindjic, um liberal alinhado com o Ocidente, entrou em choque por diversas vezes com o ex-presidente iugoslavo Vojislav Kostunica, de perfil mais nacionalista, por causa do ritmo das reformas impostas ao país.
O premiê também bateu de frente com Kostunica devido à demissão de chefes de polícia e das forças de segurança e por causa das ameaças do ex-presidente de atacar rebeldes de origem albanesa em uma zona de segurança criada ao longo da fronteira de Kosovo com a Sérvia.
Djindjic deixou parceiros da coalizão governista furiosos em razão de supostas tentativas de aliados dele de, logo depois da derrocada de Milosevic, assumir o controle de empresas estatais mal administradas.
Em todos os três casos, a grande popularidade de Kostunica obrigou Djindjic a retroceder.
O premiê assumiu seu cargo em 2001 e prometeu por várias vezes investir contra o crime organizado e a corrupção.
Djindjic nasceu em Bosanski Samac, na Bósnia. O pai dele era um oficial do Exército do Povo da Iugoslávia. O premiê era casado e tinha dois filhos.
A Sérvia e Montenegro foram as únicas repúblicas que se mantiveram sob o comando da Iugoslávia após seu desmembramento, na década de 90, durante o governo de Slobodan Milosevic, que está sendo julgado pela ONU em Haia, na Holanda, por diversos crimes, incluindo genocídio.
Com agências internacionais
Leia mais
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice