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Papa defende fim do bloqueio israelense à faixa de Gaza
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da Folha Online
O papa Bento 16 expressou nesta quarta-feira seu apoio à causa palestina com um discurso no qual defendeu um Estado palestino soberano e pediu o fim do bloqueio israelense à faixa de Gaza, imposto em 2007 após o grupo radical islâmico Hamas assumir o governo do território palestino.
Em uma missa celebrada diante da basílica da Natividade, um dos templos mais importantes para os católicos, ele evocou "a perda, as dificuldades e o sofrimento" dos palestinos na faixa de Gaza e afirmou rezar pelo fim do bloqueio econômico que Israel impõem ao local.
A preocupação com os assuntos palestinos serviu, embora apenas brevemente,k para desviar a atenção da polêmica causada por sua visita a Israel --e que levou o Vaticano a negar que ele defendesse o Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Embora suas palavras reflitam a posição básica do Vaticano sobre a questão, o discurso ganhou força e repercussão por ser onde o problema está.
"Tenham a coragem de resistir a qualquer tentação de recorrer a atos de violência ou de terrorismo: pelo contrário, transformem isto que têm vivido em algo que renova sua determinação de construir a paz", declarou ainda o papa ao chegar a Belém, situada nos territórios ocupados por Israel desde 1967.
"Façam que tudo isto se transforme em uma duradoura contribuição para o futuro da Palestina, para que possa ter seu espaço justo no cenário mundial", declarou o pontífice durante a cerimônia de recepção do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
O papa também manifestou um firme apoio a uma pátria palestina soberana. "Senhor presidente, a Santa Sé apoia o direito do povo a uma pátria palestina soberana na terra de seus ancestrais, segura e em paz com os vizinhos, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas".
"Atualmente este objetivo está longe de ser alcançado, eu os convido com força a manter a chama da esperança, a esperança de que se pode encontrar o meio de satisfazer as legítimas aspirações, tanto de israelenses como de palestinos, a paz e a estabilidade", completou.
Para chegar a Belém, o papa teve que cruzar o polêmico muro de separação construído por Israel na Cisjordânia. A Cisjordânia --administrada pela ANP, rival do Hamas-- integra os territórios ocupados por Israel depois da guerra dos Seis Dias de 1967.
Na homilia, Bento 16 convidou os palestinos a não ter medo, mesmo nas situações humanas mais obscuras e desesperadas. "Os palestinos não precisam apenas de estruturas econômicas e políticas, mas também de algo ainda mais importante, uma nova infraestrutura espiritual", completou.
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