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Governo e oposição racham festa de 200 anos de revolta na Bolívia
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da Efe, em La Paz
da Folha Online
O governo e a oposição bolivianos se dividiram nesta segunda-feira na comemoração dos 200 anos da revolta da cidade de Sucre, palco da primeira revolta americana contra o colonialismo espanhol, em 25 de maio de 1809.
Em Sucre, o ato de comemoração pelo bicentenário reuniu os principais líderes opositores. O presidente, Evo Morales, foi fazer seu discurso sobre o bicentenário na cidade de Villar, a 203 km de Sucre. Os opositores acusaram Morales de provocar uma "divisão" no país ao convocar um ato paralelo.
David Mercado/Reuters |
O presidente Evo Morales faz o discurso durante festa em Villar |
Em discurso transmitido pela imprensa estatal, Morales, que é o primeiro indígena a chegar à Presidência da Bolívia, destacou a importância de líderes indígenas nas lutas pioneiras contra a metrópole, ocorridas inclusive antes da insurreição de 1809 em Sucre, e disse que os povos da América Latina que foram "oprimidos politicamente" continuam a sua luta pela democracia para conseguir uma "segunda libertação" de inimigos internos e externos.
"O povo que esquece a sua luta e sua história é um povo que não tem consciência sobre seu destino", afirmou o boliviano.
O governo justificou a escolha de Villar pelo fato de que a sede do quartel de Juana Azurduy, uma heroína da guerra de independência boliviana, ficava naquele local.
Em Sucre, o ex-presidente Jorge Quiroga (2001-2002), que é líder de Poder Democrático e Social (Podemos), principal aliança opositora do país, lamentou que Morales tenha "insistido em distorcer e manipular a história, dividir os bolivianos, ofender Sucre e manchar a pátria". Para ele, a ausência de Morales foi "parte de uma campanha sistemática de sabotagem".
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