Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/05/2009 - 08h35

Tensão com Coreia do Norte expõe dubiedade de tratado nuclear

Publicidade

CLAUDIA ANTUNES
da sucursal da Folha de S. Paulo no Rio

O Tratado de Não Proliferação Nuclear fez 40 anos em 2008. Celebrou-se o fato de um número ainda reduzido de países possuir armas atômicas, apesar da fragilidade do acordo, que privilegia o direito à dissuasão das cinco potências do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e não lhes impõe obrigações mensuráveis em termos de desarmamento.

Veja galeria de imagens
Veja cronologia do programa nuclear da Coreia do Norte
Programa nuclear é trunfo para Coreia do Norte; entenda
Comunista, país surgiu em meio à Guerra Fria; saiba mais
Leia a íntegra do comunicado norte-coreano sobre o teste

Especialista em não proliferação, o físico britânico Norman Dombey contou na data do aniversário 56 países com reatores civis, mas só três com armas além dos cinco do Conselho de Segurança --Índia, Paquistão e Israel.

Nos anos 80 e 90, vários países abriram mão de planos de arsenais atômicos, entre eles o Brasil. Consideraram que a vantagem militar não compensaria os custos políticos.

Agora, o alarme em torno do novo teste norte-coreano, da resistência do Irã a abrir mão do enriquecimento de urânio e da instabilidade do Paquistão põe em questão de novo a dubiedade do tratado -em essência, é política a decisão sobre quais países podem dominar o ciclo nuclear completo.

Formalmente, os três casos são diferentes. O Paquistão nunca assinou o TNP. A Coreia do Norte afastou-se em 2003 para explodir sua bomba e aparentemente ainda quer trocá-la por ajuda econômica e garantias de segurança. O Irã segue no tratado, apesar de punido sob a acusação de não comunicar no tempo devido a movimentação de urânio.

Mas a Índia, que nunca aderiu ao TNP e investiu em capacidade nuclear desde os anos 60, teve seu status de potência atômica legitimado por acordo assinado em 2006, pelo qual abrirá suas instalações civis à inspeção internacional, mas não as militares.

O Paquistão, que desenvolveu sua bomba em reação à indiana, foi acusado de vender segredos nucleares a países como a Líbia e não obteve a mesma deferência dada à rival.

O Irã adquiriu tecnologia nuclear ainda nos anos 70, com ajuda britânica, mas só começou programa militar nos 80, reagindo ao do vizinho Iraque.

Nas atuais negociações, Teerã manobra para alcançar o status de países que têm projetos pacíficos mas desfrutam da opção de convertê-los rapidamente para fins militares, como Japão e Alemanha.

Os EUA recentemente indicaram que podem fazer acordo pelo qual o Irã manteria o enriquecimento de urânio, sem fabricar armas. Faria parte da barganha a imposição a Israel de algum tipo de declaração de suas instalações e a renovação, pela Casa Branca, do compromisso de ratificar o Tratado de Proibição de Testes Nucleares, processo abandonado no governo Bush.

Comentários dos leitores
J. R. (1159) 21/11/2009 17h42
J. R. (1159) 21/11/2009 17h42
Logo se vê que Israel encontrou um adversário à altura no O.M., pois contesta até mesmo que o Irã lance um satélite em 2011 acusando o mesmo de propósito de espionagem. Interessante, e não tem nenhum prêmio nobel no Irã, cadê o nobel como fator determinante de supremacia racial? Talvez a auto-premiação não seja uma coisa boa afinal ... sem opinião
avalie fechar
eduardo de souza (480) 13/11/2009 13h12
eduardo de souza (480) 13/11/2009 13h12
A coréia do Norte esta certíssima, não dorme enquanto o inimigo esta acordado. Se querem retirar do mundo as armas nucleares comecem com quem tem. Eua e sua compania estão armados até os dentes. Principalmente o Eua mostra que usa bombas nucleares mesmo, e o Japão que se cuide, esta abrigando dentro de sí, o maior trairá que existe. Aqui no Brasil já fomos alvo de ataques pequenos, com outros tipos de armas, o ideal seríamos ter bombas nucleares, caso fossemos atacados de forma mais brutal. Pela liberdade de defesa, quem possui armas nucleares, não podem se intrometer com aqueles que querem possuir também. 1 opinião
avalie fechar
J. R. (1159) 01/11/2009 06h50
J. R. (1159) 01/11/2009 06h50
O impositivo acordo que FHC aderiu para nosso país nos tira do alvo do clube nuclear, controlado pelos nazisionistas do eixo que dominam o mundo. Agora dizem que nem mesmo a proibição de armas nucleares prevista na constituição é suficiente, a intromissão começa a passar dos limites. Qualquer reação ou declaração, como foi a do Bolsonaro para construir bomba, constitui um argumento para o início de uma perseguição, que o Brasil já foi alvo anteriormente, por parte do "não tão aliado assim" U-S-A; de maneira que as autoridades brasileiras devem evitar declarações polêmicas que sirvam de "carvão" para os "candinhas" da AIEA prejudicarem nosso país. "Brasil é pressionado a aceitar inspeções intrusivas a programa nuclear." 56 opiniões
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (270)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página