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13/06/2009 - 16h39

Ahmadinejad nega fraude e diz que eleição foi "livre e saudável"

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da Folha Online

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, negou hoje as acusações de fraude nas eleições presidenciais que aconteceram nesta sexta-feira, nas quais ele foi reeleito por grande maioria, e assegurou que a vitória pertence ao povo do Irã.

Veja abaixo diagrama sobre a divisão de poder do Irã

Em discurso na televisão estatal, Ahmadinejad qualificou as eleições de "justas" e felicitou as pessoas que trabalharam no processo, porque, em sua opinião, "fizeram um trabalho impecável".

O ultraconservador afirmou ainda que a eleição que lhe garantiu a vitória no primeiro turno foi "livre e saudável".

Já o adversário Ahmadinejad, o ex-primeiro-ministro iraniano Mir Hossein Mousavi, rejeitou o resultado e pediu a seus partidários que resistam às "mentiras e à ditadura" do governo.

Ahmadinejad recebeu 62,6% dos votos, enquanto Mousavi, que foi primeiro-ministro na década de 80 e se tornou um herói do movimento de jovens que buscam mais liberdade e uma face mais suave do Irã no exterior, teve 33,75%.

Os outros dois candidatos, Mehdi Karubi e Mohsen Rezai, receberam apenas uma pequena fração dos votos.

A eleição teve um recorde de participação --85% dos 46 milhões de eleitores iranianos aptos a votar foram às urnas.

Protesto

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, fechou as portas para qualquer chance de usar seus poderes ilimitados para intervir nas eleições desta sexta-feira. Em uma mensagem veiculada na emissora de televisão estatal, ele pediu a população para que se una em torno de Ahmadinejad, e disse que o resultado foi um "julgamento divino".

Os confrontos no centro de Teerã foram os mais sérios distúrbios na capital desde o protesto de estudantes contrários ao regime em 1999 e demonstraram um descontentamento com a eleição que pode gerar ainda mais violência.

Ben Curtis/AP
Partidários de Mir Hossein Mousavi protestam contra resultado de eleição que deu vitória a Mahmoud Ahmadinejad
Partidários de Mir Hossein Mousavi protestam contra resultado de eleição que deu vitória a Mahmoud Ahmadinejad

Centenas de manifestantes, muitos usando o símbolo verde da campanha de Mousavi, gritaram "o governo mente para o povo" e se reuniram próximo ao Ministério do Interior quando o resultado final foi anunciado.

Os manifestantes atearam fogo a pneus do lado de fora do Ministério do Interior, e a polícia respondeu usando cassetetes.

Em outra rua importante de Teerã, aproximadamente 300 jovens bloquearam a via formando um cordão humano enquanto gritavam "Ahmadinejad, vergonha para você. Deixe o governo em paz".

O ministro do interior, Sadeq Mahsouli, que supervisionou as eleições e chefia as forças policiais do país, avisou a população para não participar de nenhuma "reunião não-autorizada".

Antes, a poderosa Guarda Revolucionária alertou que não iria tolerar nenhum desafio feito pelo "movimento verde" de Mousavi.

O ex-primeiro-ministro afirmou, em uma mensagem postada em seu site, que a "população não deve respeitar aqueles que tomam o poder por meio de fraude".

"Estou avisando que não irei me render a essa manipulação", diz o texto.

Caren Firouz/Reuters
Partidário de Mir Hossein Mousavi conversa com policial durante protesto contra resultado oficial das eleições
Partidário de Mir Hossein Mousavi conversa com policial durante protesto contra resultado oficial das eleições

Porém, em toda a nação, o sistema de envio de mensagens de texto por celular continuava não funcionando neste sábado e muitos sites favoráveis a Mousavi foram bloqueados ou tiveram o acesso a eles dificultado. Mensagens de texto foram amplamente usadas pelos partidários de Mousavi para divulgar as informações das eleições.

Na Universidade de Teerã, local da última grande prisão em 1999, não havia sinal de multidões pró-Mousavi. Mas os exames escolares, previstos para começar neste sábado, foram adiados para o próximo mês em todo o país.

Campanha

Mahmoud Ahmadinejad era considerado imbatível até o início da campanha, mas uma grande mobilização em torno de Mousavi, principalmente de jovens, mulheres e da população urbana, embaralhou o processo de sucessão.

O presidente, favorito na zona rural, contou com o apoio de setores conservadores e era visto como o preferido de setores organizados que normalmente votam em bloco, como o Exército e a Guarda Revolucionária.

Os dois principais opositores protagonizaram uma campanha agressiva, com acusações mútuas de manipulação de dados. Em um inédito debate, assistido por mais de 40 milhões de pessoas, Mousavi disse que o presidente mentia sobre os dados da economia para esconder a inflação resultante do que chamou de incompetência para administrar o país. Ahmadinejad reagiu e disse que os aliados do opositor --como o ex-presidente e chefe do Conselho de Discernimento, Akbar Rafsanjani-- enriqueceram por meio da corrupção.

Os dois também discordaram sobre a política externa. Mousavi acusou o presidente de isolar internacionalmente o país ao negar o holocausto. Mas os quatro concorrentes concordaram em manter o programa nuclear do país, oficialmente com fins de produção de energia. Os Estados Unidos acusam o país de estar tentando desenvolver armas nucleares.

arte Folha Online/arte Folha Online
Xadrez Persa parte1
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Com agências internacionais

 

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