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Al Qaeda ameaça França por debate contra uso da burca
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da Folha Online
A rede terrorista islâmica Al Qaeda ameaçou se vingar da França "de todas as formas e onde quer que consigamos alcançá-los" por causa do debate político no país sobre a proibição do uso da burca, uma vestimenta que cobre todo o corpo, incluindo os olhos, usada por mulheres islâmicas.
Segundo um comunicado publicado em um site muçulmano radical, citado pela rede de TV americana CNN, a Al Qaeda afirma que não vai mais tolerar "tais provocações e injustiças."
Brian Snyder/Reuters |
Mulher muçulmana usa uma burca, vestimenta que cobre todo o corpo, inclusive o rosto; os olhos ficam debaixo de uma tela |
"Nós vamos nos vingar da França", diz o texto, assinado por Abu Musab Abdul Wadud, auto-intitulado comandante da Al Qaeda no Norte da África.
A CNN afirma que o comunicado é datado de domingo passado (28), cinco dias depois que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou em discurso às duas casas do Parlamento que a burca não era bem-vinda no país, já que era "não um símbolo religioso, mas sim de submissão da mulher".
Um dia depois, o Parlamento da França criou uma comissão para estudar o uso da burca. Os 32 membros da comissão, com integrantes dos quatro principais partidos políticos franceses, realizarão audiências que deverão levar a uma legislação banindo a burca de ser usada em público.
A França possui a maior população muçulmana da Europa, aproximadamente 5 milhões de pessoas. Um pequeno, mas crescente grupo de mulheres usa burca ou o niqab --que deixa os olhos à mostra.
O debate sobre o uso da burca é mais um capítulo da controvérsia de mais de uma década na França sobre o uso de lenços na cabeça por mulheres muçulmanas. Em 2004, o governo proibiu o uso de todos os símbolos religiosos em escolas estatais.
Críticos afirmam que a lei estigmatizou os muçulmanos em um momento no qual o país deveria combater a discriminação nos locais de trabalho e mercado de emprego que causou grande racha na sociedade entre franceses e imigrantes.
A Al Qaeda acusou a França de "organizar seus homens para lutar uma nova batalha contra nossas irmãs de burca."
"Ontem eles atingiram o véu, hoje a burca e talvez amanhã suas mãos malignas possam ser estendidas para derrubar nossos pilares de fé, como a oração ou a peregrinação", disse.
A França não é o único país europeu a estudar o banimento da burca. Em 2005, os legisladores escoceses aprovaram a proibição de seu uso, embora o governo tenha deixado o poder antes da sua aprovação.
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