Tribunal aceita suspensão de recurso de réu de ataque em Lockerbie

Um tribunal escocês aceitou formalmente nesta terça-feira a solicitação de Abdelbaset Ali Mohamed Al Megrahi, o líbio condenado pelo atentado terrorista de Lockerbie (Escócia), em 1988, para abrir mão de um segundo recurso contra sua condenação. A medida é vista como um passo importante para que Megrahi, vítima de câncer, consiga a libertação por compaixão.

Os advogados de Megrahi, que sofre de um câncer da próstata em fase terminal, multiplicaram os recursos após a condenação de seu cliente à prisão perpétua em 2001 pelo atentado contra um Boeing 747 da companhia americana Pan Am, que explodiu no ar sobre a cidade de Lockerbie e deixou 270 mortos.

AP

Foto não datada mostra Abdel Al Megrahi (segurando o bebê) ao lado de sua família; ele tenta obter liberdade por compaixão

O líbio informou na semana passada à Alta Corte de Edimburgo que desejava suspender este novo processo de apelação. O tribunal acatou o pedido nesta terça-feira.

Além da segunda apelação, interposta após um primeiro recurso perdido em 2002, eles emitiram no mês passado uma demanda de libertação por motivos médicos. A imprensa britânica dá como certa sua libertação por compaixão, similar ao que aconteceu com o "ladrão do século" Ronald Biggs na semana passada.

A libertação por compaixão pode permitir que Megrahi, que mantém alegação de inocência, volte ao seu país natal --um pedido do governo da Líbia.

Megrahi, 57, serve pena de prisão perpétua pelo ataque que deixou 189 americanos mortos. Nesta segunda-feira, Edward Kennedy, John Kerry e outros cinco senadores americanos escreveram ao ministro da Justiça da Escócia pedindo que não ponha em liberdade o líbio.

Na carta, os sete senadores americanos qualificam o atentado de 1988 de "horrível ação terrorista internacional".

"Sabemos que o Governo escocês compartilha nosso compromisso, e o do mundo, de apoio à justiça e oposição ao terrorismo. Por isso, pedimos que garanta que [Megrahi] cumpra na Escócia o resto de sua condenação", escrevem os senadores.

A própria secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ligou também para o ministro da Justiça para insistir no pedido para que o líbio siga em uma prisão escocesa.