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29/08/2009 - 13h20

Favorito em pleito japonês é tido como sem carisma e inexperiente

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CELIA LÓPEZ
da Efe, em Tóquio

Uma reviravolta política está em curso no Japão, sob o comando do líder da oposição Yukio Hatoyama, um político decidido a lutar contra a enraizada burocracia japonesa --mas que é tão inexperiente quanto o Partido Democrático (PD), do qual faz parte.

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Hatoyama, 62, não tem carisma, nunca ocupou um cargo público e preside o PD há apenas três meses. Mas foram essas características que o tornaram tão sedutor aos olhos dos eleitores cansados dos 54 anos de Governo do Partido Liberal-Democrático (PLD).

Toru Hanai -28.ago.09/Reuters
Yukio Hatoyama, principal líder da oposição, cujo partido tem dez pontos de vantagem sobre o partido do primeiro-ministro Taro Aso
Yukio Hatoyama, principal líder da oposição, cujo partido tem dez pontos de vantagem sobre o partido do primeiro-ministro Taro Aso

A prova disso reside no fato de que ele é neto de um ex-primeiro-ministro, por parte de pai, e do fundador da fabricante de pneus Bridgestone, por parte de mãe, aparece em primeiro nas pesquisas sobre as eleições gerais de amanhã, à frente do atual primeiro-ministro, Taro Aso.

As chances de mudança no Japão são personificadas por um político que, além de ter pertencido ao PLD e de defender políticas reformistas, veio de uma família rica, e que há quatro gerações está envolvida no meio.

Ou seja, a princípio, Hatoyama oferece mais do mesmo, mas está na mão dos eleitores dar ao líder opositor uma chance para que cumpra suas promessas de campanha.

Todo o programa de governo de Hatoyama está focado numa "mudança de regime" histórica, que porá fim à "era dos burocratas", como o candidato se refere aos 50 anos do PLD no poder.

O líder opositor assumiu a chefia do PD em 16 de maio. Quem passou o cargo a ele foi Ichiro Ozawa, de quem Hatoyama era o braço direito até que um escândalo de financiamento ilegal obrigou aquele a renunciar.

Embora tenha nascido em Tóquio, Hatoyama disputou as eleições de 1986 por uma circunscrição da ilha de Hokkaido (norte). Depois disso, foi deputado pela câmara baixa em sete legislaturas.

Casado e com um filho, o líder opositor se distingue da maioria dos políticos japoneses por seu domínio do inglês. Além disso, gravou um disco como cantor e é um apaixonado pela internet.

Formado pela Universidade de Tóquio em 1969, trabalhou durante dois anos como professor adjunto da Universidade de Senshyu e, quando jovem, viveu mais de cinco anos nos Estados Unidos, onde fez doutorado na Universidade de Stanford.

Um dos seus hobbies é frequentar karaokês, passatempo muito popular no Japão. Uma prova de seu amor por esta arte é o disco "Take Heart", que gravou em 1988 com seu irmão.

A dedicação política de Hatoyama e de muitos membros da família, no entanto, não é compartilhada pelo filho do provável futuro primeiro-ministro do Japão.

Kiichiro Hatoyama, 33, atualmente estuda engenharia de transporte na Universidade de Moscou e se mantém alheio a qualquer tipo de atividade política, seguindo um caminho semelhante ao tomado por seu bisavô por parte de mãe.

Comentários dos leitores
J. R. (794) 12/09/2009 22h58
J. R. (794) 12/09/2009 22h58
A iniciativa do novissimo governo japonês em rever as relações com a grande China é importante, pois o passado tenebroso da guerra continua vivo e deve ser atenuado o máximo possível. Será benéfico tanto à China quanto ao Japão, e faz contraponto a influência nortecoreana. sem opinião
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J. R. (794) 01/09/2009 09h17
J. R. (794) 01/09/2009 09h17
A guinada ao centro-esquerda no Japão mostra uma mudança frente ao ridículo papel de gendarme dos USA praticado. Com a queda do império americano o Japão voltará a ser o país do sol nascente, porém os tempos são outros com o fim do nazismo. Os japoneses já tentam expulsar as bases americanas de lá, como fazem os italianos também. Será que a 2a. Guerra finalmente acabará? 49 opiniões
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juarez honorato Martins (27) 31/08/2009 14h01
juarez honorato Martins (27) 31/08/2009 14h01
A direita japonesa está preocupada com os projetos sociais do novo premier. Isto é, a riqueza da nação deve ficar só com os ricos. Nada para os pobres. Este é o temor dos conservadores que estiveram 50 anos no poder, e deixaram o país com serios problemas economicos e sociais. Alias, como aqui. Mandaram no país desde a descoberta e deixaram o país quebrado, alem de vender o patrimonio da naçao por migalhas(verjam o caso da Vale). E agora querem destruir a Petrobras, entregando-a de bandeja para os parentes e amiguinhos. Abram os olhos brasileiros. Vamos afastar a coronelada nordestina para sempre do poder, pois eles todos estão muito ricos e nada fizeram pelo pobre e sofrido povo do Nordeste. 15 opiniões
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