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03/11/2009 - 07h32

Karzai convoca Taleban; militantes criticam "marionete" do Ocidente

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da Folha Online

Os militantes do grupo islâmico radical Taleban criticaram Hamid Karzai como "presidente marionete", após o anúncio de sua reeleição no Afeganistão nesta segunda-feira. Em seu primeiro discurso como presidente reeleito, Karzai adotou um tom reconciliador e convocou seus "irmãos talebans" a participar do novo governo.

Os talebans, que prometeram boicote ao pleito, disseram ainda que a decisão de anular o segundo turno foi das potências ocidentais.

Musadeq Sadeq/AP
Presidente reeleito Hamid Karzai concede sua primeira entrevista a jornalistas após anulação do segundo turno no Afeganistão
Presidente reeleito Hamid Karzai concede sua primeira entrevista a jornalistas após anulação do segundo turno no Afeganistão

"A anulação do segundo turno da eleição demonstrou que as decisões a respeito do Afeganistão são elaboradas em Washington e Londres antes de ser anunciadas em Cabul", afirma um comunicado dos talebans divulgados na internet em nome do Emirado Islâmico no Afeganistão.

A comissão eleitoral proclamou nesta segunda-feira a reeleição de Karzai com a anulação do segundo turno presidencial, que aconteceria no próximo sábado (7). O anúncio veio após a desistência, na véspera, de seu adversário, o ex-chanceler Abdullah Abdullah.

"É surpreendente que aqueles que há duas semanas afirmavam que a marionete Hamid Karzai estava envolvido em fraudes em massa e inaceitáveis, agora o elegeram presidente com base nos mesmos votos fraudulentos e que tenham chegado de imediato mensagens de Washington e Londres com felicitações", completa a nota dos talebans.

Abdullah pedia a demissão do chefe da Comissão Eleitoral Independente do Afeganistão, Azizullah Ludin, além do afastamento dos ministros do Interior, Educação e Assuntos Tribais, acusados de fazer campanha em favor do presidente afegão. Sem ser atendido, Abdullah retirou sua candidatura do segundo turno dizendo que seguia intacto o sistema que permitiu a série de fraudes que favoreceram Karzai no primeiro turno.

Integração

Em seu primeiro discurso, Karzai prometeu formar um governo integrador, com representantes de todo o país. "Meu futuro governo será um governo de união nacional. Qualquer pessoa que queira vir para unir-se a ele será bem-vinda", disse o presidente, em entrevista a jornalistas realizada no Palácio Presidencial de Cabul.

Em sua oferta, Karzai incluiu tanto a Abdullah como aos insurgentes talebans, que ameaçaram uma onda de violência como a que protagonizaram no primeiro turno do dia 20 de agosto. "Pedimos aos nossos irmãos talebans para chegarem a seu país e abraçarem a sua terra".

O presidente prometeu também que tentará "lutar contra a corrupção", um dos problemas que os diplomatas ocidentais assinalam como prioritários para ordenar a situação no país.

Embora Abdullah mantenha silêncio, um membro de sua equipe disse nesta segunda-feira à agência de notícias Efe que considera que a proclamação de Karzai como presidente eleito carece de legitimidade.

Karzai obteve 49,67% dos votos no primeiro turno, depois da invalidação de centenas de milhares de cédulas fraudulentas e em processo marcado pela insegurança e pelas ações dos insurgentes talebans.

Com Efe e France Presse

Comentários dos leitores
J. R. (1160) 22/11/2009 14h07
J. R. (1160) 22/11/2009 14h07
"Afeganistão é o pior lugar do mundo para crianças, diz ONU" - É que o pessoal da ONU assistiu ao filme 'O caçador de pipas' e nunca assistiu a 'Pixote, a lei do mais fraco' ou 'Cidade de Deus'. Talvez uma visita a outras partes do mundo os façam parar de trabalhar apenas para os Estados Unidos e comecem a trabalhar em prol da humanidade. sem opinião
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samuel haddad carvalho (106) 07/11/2009 21h06
samuel haddad carvalho (106) 07/11/2009 21h06
Prezado sr. Mauro Harpen,
Talvez a maneira que escrevo seja um tanto difícil para algumas pessoas entenderem. Acho isso normal! Quando escrevi que se a força de trabalho dos afegãos fosse "utilizada" de maneira construtiva, isso serviria pra atrair muito mais gente para a reconstrução e não para a insurreição e a história, talvez, tivesse um destino diferente da que nós estamos vendo hoje. Sim! É verdade que citei ATÉ os nazistas souberam utilizar a abundante mão de obra ociosa na Alemanha da época. Foi somente com esse objetivo. Dizer que com essa frase era pra que "todos" se transformassem em nazistas ofende qualquer pessoa com um mínimo de bom senso. Até alguém que tem facilidade em tentar ofender as pessoas deve entender que o trabalho ocupa mente e corações. O Afeganistão sempre foi e continuará sendo tribal e democracia para eles é uma palavra desconhecida. Querem pacificá-lo? Sentem-se com os chefes tribais e coloquem todos para trabalhar. Não se deve "nazificar" tudo em nome do passado tão tenebroso pelo qual a história da humanidade já passou. Na minha opinião, os males do nazismo deveria ser matéria obrigatória em todas as escolas do mundo. Com o objetivo de jamais permitir que ele volte. Porém, algumas pessoas não aprendem. Mesmo já tendo sentido na própria pele. O gueto de Gaza não é diferente do de Varsóvia. E, igual em Varsóvia, eles também tem o direito a autodefesa. Parece que estão querendo transformar todo o território palestino em uma grande Gaza...
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Carlos Gonçalves (396) 05/11/2009 19h01
Carlos Gonçalves (396) 05/11/2009 19h01
O ministro francês esqueceu que na segunda guerra mundial, a resistência francesa não era terrorista, porque lutava contra os invasores. De Gaule formou a resistência encarregando Jean Moulin para cuidar dela.
E Petain, era o entreguista; queria um estado totalitário aliando-se à Itália e Alemanha. Parece que esse ministro esqueceu disso. Ele é um nazista. Espero que ele vá para a mesma prisão que Pétain foi na ilha de YEU. E que seja perpétua.
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