Publicidade
Publicidade
Vice critica ações anti-imprensa de Cristina Kirchner
Publicidade
SILVANA ARANTES
da Folha de S. Paulo, em Buenos Aires
O vice-presidente da Argentina, Julio Cobos, criticou nesta segunda-feira em Buenos Aires a Lei de Serviços Audiovisuais que a presidente do país, Cristina Kirchner, conseguiu aprovar no mês passado.
A lei regula os mercados de rádio e TV e tem como meta "desmonopolizar o setor", segundo Cristina, impondo limites à propriedade de canais e à parcela na audiência.
"O processo de construção de uma lei deve realizar-se em benefício de todos, não em prejuízo de alguns", disse Cobos, durante o ato de instalação da 65ª Assembleia da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa). Convidada para a solenidade, Cristina declinou.
A nova lei lesa especialmente o Grupo Clarín, maior conglomerado de mídia argentino, que está em conflito com o governo desde 2008. Segundo os limites fixados pela lei, o Clarín terá que reduzir seus negócios no mercado de TV.
Cobos disse que a lei "deverá ser aperfeiçoada no futuro, porque, na democracia, tudo é aperfeiçoável". Num contexto em que se atribui a Cristina a intenção de cercear a imprensa, Cobos afirmou que "nenhum ato de censura tem lugar num governo democrático".
O vice-presidente se opôs ao bloqueio parcial da distribuição dos jornais "Clarín" e "La Nación", promovido na semana passada pelo sindicato dos caminhoneiros, vinculado à central sindical CGT (Confederação Geral do Trabalho), alinhada ao kirchnerismo.
O sindicato usou a medida de força em meio a negociações para a filiação dos empregados de distribuição de jornais e revistas. "É um fato lamentável, que deve ser condenado", disse o vice-presidente.
Cobos, que almeja ser candidato a presidente nas eleições de 2011, criticou indiretamente a atitude refratária de Cristina em relação à imprensa. "Comunicação consiste em compartilhar com os outros ideias, informações, opiniões", disse.
Para o presidente da SIP, Enrique Santos Calderón, "a Argentina enfrenta sérias ameaças" à liberdade de imprensa. Calderón disse que a Lei de Serviços Audiovisuais "se intromete nos conteúdos e critérios editoriais", estabelece "privilégios para velhos e novos atores" e se configura como "um instrumento para asfixiar vozes".
O presidente da SIP lamentou "que a presidente não tenha vindo falar de suas inquietações e ouvir as nossas".
O diretor do "La Nación", Bartolomé Mitre, disse que "não é preciso ser extremamente sagaz para notar que há um plano orquestrado [por Cristina] para controlar toda a imprensa". O editor-geral do "Clarín", Ricardo Kirschbaum, afirmou que a imprensa "está sujeita a um clima de ameaças e intimidação" no país. Mitre se disse "confiante" na superação dessa etapa. "O que não sei é quanto tempo vai levar e que dano isso tudo produzirá à Argentina."
Leia mais notícias sobre a Argentina
- Manifestantes protestam nus em frente à sede da Presidência na Argentina
- Piquete mina distribuição de revista argentina
- Terremoto de 5,6 graus atinge norte da Argentina; não há vítimas
Outras notícias internacionais
- Inundações deixam 18 mortos e 300 mil desabrigados na Tailândia
- Navios da Coreia do Sul e Coreia do Norte trocam tiros e elevam tensão regional
- Obama deve enviar tropas adicionais ao Afeganistão em janeiro, diz agência
Especial
Livraria
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice