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24/11/2009 - 08h05

Polícia filipina encontra mais 11 corpos; mortos em massacre somam 35

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da Folha Online

As forças de segurança encontraram nesta terça-feira uma vala comum com mais 11 corpos de vítimas do massacre da véspera no sul das Filipinas, quando um grupo armado supostamente ligado a um clã político rival sequestrou e matou a tiros um grupo de políticos, civis e jornalistas que iam apresentar uma candidatura às eleições de maio de 2010.

O número de vítimas chega assim a 35 e pode aumentar, já que a polícia mantém operação de busca na região.

Erik de Castro/Reuters
Investigadores da polícia inspecionam a cena de um massacre ligado à rivalidade entre dois clãs de políticos nas Filipinas
Investigadores da polícia inspecionam a cena de um massacre ligado à rivalidade entre dois clãs de políticos nas Filipinas

O diretor da polícia filipina, general Jesús Verzosa, confirmou que os corpos foram achados em uma área remota da Província de Maguindanao, perto do mesmo lugar onde nesta segunda-feira outras 24 pessoas apareceram mortas --algumas decapitadas ou mutiladas.

Tropas extras foram enviadas à região, onde o governo decretou estado de alerta por tempo indeterminado--o que permite detenções sem justificativa, além de um controle maior sobre a circulação de pessoas.

Em uma ação violenta, um grupo armado com cerca de cem homens sequestrou um comboio de três vans com cerca de 40 pessoas que iam acompanhar a mulher de um vice-prefeito local para a inscrição de seu marido para um dos cargos de governador em disputa na eleição geral de 2010.

A polícia e os soldados encontraram 21 corpos mortos no chão ou dentro dos carros, outros três em uma cova e mais 11 em uma vala comum nesta terça-feira.

Até o momento, sabe-se que dois deles eram advogados e que havia ainda duas irmãs do vice-prefeito. A União Nacional dos Jornalistas das Filipinas afirmou que ao menos dez repórteres locais faziam parte do comboio. Os veículos para os quais trabalhavam não conseguiram mais contatá-los e concluem que eles estão entre os mortos.

A única vítima identificada é Genalyn Tiamzon-Mangudadatu, mulher de Esmael Mangundadatu, vice-prefeito da cidade de Buluan na Província de Maguindanao, que ia fazer sua inscrição para concorrer a governador local contra Datu Andal Ampatuan, chefe de um poderoso clã político local.

Ismael não estava no comboio e afirmou que sua mulher telefonou pouco antes do rapto. Ela disse que o comboio foi interrompido por um grupo de cem homens armados e então a ligação caiu.

Ampatuan foi eleito governador da Província de Maguindanao por três vezes. Dos 22 prefeitos locais, a maioria são filhos, netos ou parentes de Ampatuan. Dois de seus filhos já foram mortos em casos ligados à guerra política em uma região onde a maioria dos políticos mantém um exército particular.

Jornalistas filipinos enviados a Maguindanao afirmaram que um guindaste encontrado perto da vala tinha impresso o selo do governo de Ampatuan.

A presidente Gloria Macapagal Arroyo chamou Ampatuan de grande aliado no passado. Nas eleições de 2004, ela ganhou a maioria dos votos na Província de Maguindanao --em uma das cidades, seus rivais não conseguiram nem sequer um voto.

violência

O sul de Mindanao é uma das regiões mais perigosas da Ásia pela proliferação de assassinatos encomendados e sequestros realizados por organizações terroristas e grupos criminosos pagos por prefeitos e governadores. A expectativa é de que a violência aumente com a chegada das eleições.

O processo para as eleições de maio de 2010 começou na semana passada com o registro de cerca de 18 mil postos locais e nacionais para serem votados.

A campanha eleitoral começará em fevereiro para os candidatos a Presidência, vice-Presidência e 12 cadeiras na câmara alta do Congresso. Para as posições locais e quase 300 cadeiras da câmara baixa do Congresso, a campanha começa no final de março. A votação será no dia 10 de maio.

As eleições nas Filipinas são marcadas pela violência, especialmente no sul do país, onde as forças de segurança enfrentam rebeldes comunistas, radicais islâmicos e rivalidades de clãs.

Com agências internacionais

 

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