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Tribunal indicia dois ex-dirigentes do Khmer Vermelho por genocídio
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da France Presse, em Phnom Penh (Camboja)
da Folha Online
Dois ex-dirigentes do regime comunista do Khmer Vermelho no Camboja (1975-1979) foram formalmente indiciados por genocídio por um tribunal de Phnom Penh amparado pela ONU (Organização das Nações Unidas), anunciou o porta-voz da jurisdição.
Os indiciados são o número dois e ideólogo do regime, Nuon Chea, e o ex-ministro das Relações Exteriores Ieng Sary, ambos colaboradores próximos de Pol Pot, principal líder da ditadura.
Quase dois milhões de cambojanos morreram por causa da crise de fome, doenças e aos expurgos políticos ordenados pelo regime maoísta entre 1975 e 1979. Pol Pot, o outrora primeiro-ministro da República Democrática de Kampuchea, faleceu na selva cambojana em 1998.
Os dois foram acusados esta semana por genocídio no massacre de vietnamitas e da minoria étnica dos chams (muçulmanos) durante a ditadura de Pol Pot.
"É a primeira vez que alguém é indiciado por genocídio neste tribunal", afirmou o porta-voz.
Este ano, o torturador chefe do regime cambojano, Kaing Guek Eav, enfrentou seu julgamento por crimes contra a humanidade e genocídio. Eav confessou a participação na morte de cerca de 12 mil pessoas, mas pediu perdão às famílias e alegou que fazia apenas por medo de contrariar o regime. A corte deve emitir sentença no início de 2010.
Eav foi o primeiro das cinco autoridades do regime Khmer Vermelho detidas atualmente a ser julgado e o único que colaborou com a justiça durante o processo.
Integrado por juízes cambojanos e estrangeiros, um tribunal internacional foi formado em 2006 para fazer justiça às vítimas e encerrar assim uma das páginas mais terríveis da história do Camboja.
Ainda devem passar pelo tribunal Khieu Samphan a mulher de Sary, Ieng Thirit, ex-titular de Assuntos Sociais.
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