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21/12/2009 - 14h04

Congresso Judeu Mundial diz ser prematuro beatificar papa Pio 12

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da France Presse, em Bruxelas (Bélgica)

O Congresso Judeu Mundial (CJM) considerou nesta segunda-feira inoportuno e prematuro o projeto do Vaticano de beatificar o papa Pio 12 (1939-1958), acusado de se calar diante das atrocidades do Holocausto.

"Enquanto forem mantidos fechados os arquivos do papa Pio 12 datados do período crucial de 1939 a 1945 e não houver consenso sobre sua ação --ou falta de ação-- ante a perseguição de milhões de judeus durante o Holocausto, uma beatificação é inoportuna e prematura", afirma o presidente do CJM, Ronald Lauder, em um comunicado divulgado em Bruxelas.

No sábado passado (19), o papa Bento 16 proclamou "veneráveis" seu antecessor João Paulo 2º e Pio 12, um passo-chave no caminho para a beatificação.

O anúncio da proclamação de Pio 12 causou surpresa ao término da celebração dos 40 anos da criação da Congregação para a Causa dos Santos.

Bento 16 defendeu em várias ocasiões a figura de Pio 12 e expressou seu desejo de que fosse beatificado, apesar das controvérsias sobre sua atitude passiva durante a Segunda Guerra. A causa da beatificação de Pio 12 foi aberta nos anos 60.

Os defensores do italiano Eugenio Pacelli, nome de Pio 12, citam diversas atitudes do Vaticano frente aos nazistas e atribuem a ele todas as ações realizadas por inúmeros religiosos para se opor às deportações para campos de concentração.

Lauder afirma que "apesar de ser competência única da Igreja católica decidir a quem são concedidas honras religiosas", existe uma "grande preocupação sobre o papel político do papa Pio 12 durante a Segunda Guerra [1939-1945], que não deve ser ignorado".

O presidente do CJM solicitou ao Vaticano abrir imediatamente todos os arquivos existentes da época de Pio 12 para que investigadores internacionais possam dissipar as dúvidas, pedido igualmente feito no domingo pelo governo israelense.

 

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