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Hatoyama paga impostos atrasados de R$ 24 mi recebidos de sua mãe
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da Efe, em Tóquio (Japão)
Em plena queda de popularidade, o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, disse neste domingo que já pagou os impostos correspondentes às doações no valor de 1,26 trilhão de ienes (R$ 24 milhões) que sua mãe fazia para ele desde 2002, segundo a agência Kyodo. o dinheiro faz parte do caso das doações ilícitas recebidas por Hatoyama através de um fundo ligado ao partido --escândalo que já levou ao indiciamento de um de seus aliados de longa data.
Hatoyama pagou na sexta-feira (25) 600 milhões de ienes (cerca de R$ 11 mil) pela demora em saldar os impostos vinculados às doações não declaradas de sua mãe, herdeira da multinacional Bridgestone.
O pagamento aconteceu um dia depois de dois de seus colaboradores serem acusados de falsificar relatórios de doações do agora primeiro-ministro do Japão há pelo menos dez anos. Hatoyama prometeu então em entrevista coletiva cumprir seus deveres com o fisco e reiterou seu total desconhecimento das ações de seu ex-chefe contábil e seu ex-secretário.
O primeiro-ministro não foi acusado por falta de provas, mas mesmo assim pediu perdão e descartou renunciar por causa do escândalo.
A Promotoria de Tóquio investiga informações que apontam a que a mãe e a irmã de Hatoyama realizaram durante vários anos doações irregulares a um fundo político vinculado ao líder. O fundo Yuai Seikei Konwa-kai (Associação Fraternal de Política e Economia), vinculado ao partido do governo, deixou de declarar 6 milhões de ienes procedentes das duas mulheres.
Paralelamente, Hatoyama recebeu de sua mãe um total de 900 milhões de ienes em cinco anos --parte desta quantidade poderia ter sido declarada como fundos políticos procedentes de falsos doadores. A lei japonesa proíbe que um doador individual pague mais de US$ 15 mil (R$ 26.400) por ano para financiar atividades políticas.
Segundo a agência Kyodo, os fundos que a mãe de Hatoyama deu a seu filho foram declarados como "empréstimos privados", pois caso contrário o líder teria sido obrigado a pagar impostos muito elevados.
A Promotoria investiga ainda a origem de mais de 300 milhões de ienes que teriam sido declarados com identidades falsas pelo Yuai Seikei Konwa-kai.
Hatoyama assegura que os relatórios relacionados com as doações irregulares estavam a cargo de um contador e que ele "desconhecia que estavam sendo registrados dados falsos".
Daisuke Haga,responsável pela contabilidade do fundo, foi acusado de violar a lei sobre o financiamento dos partidos políticos com a falsificação da origem de doações. Ele aguarda julgamento em liberdade.
O escândalo abala a imagem de Hatoyama, que poucos meses após uma eleição triunfal viu seu índice de popularidade ficar abaixo dos 50%.
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