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26/01/2010 - 15h45

Países vizinhos ao Afeganistão apoiam negociação com talebans

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da Efe, em Istambul

As nações vizinhas ao Afeganistão deram hoje em Istambul, na Turquia, o seu apoio ao plano do presidente afegão, Hamid Karzai, de abrir negociação com talebans mais moderados como meio de estabilizar a situação no país.

"Apoiamos o processo de reconciliação nacional afegão e a reintegração [dos talebans] de acordo com a Constituição do Afeganistão e de modo que seja liderado e dirigido pelos afegãos", afirmaram em declaração conjunta os participantes da cúpula de países vizinhos do Afeganistão.

O chefe de Estado turco, Abdullah Gül, foi o anfitrião de um encontro ao qual compareceram Karzai, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e o primeiro vice-presidente iraniano, Mohammad Reza Rahimi.

Também participaram do encontro os ministros de Assuntos Exteriores de Reino Unido, China, Tadjiquistão e Quirguistão, assim como o vice-ministro de Assuntos Exteriores da Rússia e observadores da União Europeia (UE) e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

"Os talebans que não fazem parte da [rede terrorista] Al Qaeda ou de outros grupos terroristas são bem-vindos caso retornem ao seu país e deixem as armas. Assim poderão desfrutar dos privilégios, dos direitos e das garantias dadas pela Constituição afegã", disse Karzai.

O plano do governo afegão pretende fazer com que os combatentes desobedeçam as ordens de seus líderes e abandonem a luta armada em troca de dinheiro ou postos de trabalho. O presidente do Afeganistão explicou na Turquia que seu governo pedirá à ONU (Organização das Nações Unidas) para que retire os talebans mais moderados, com os quais Cabul conversaria, da lista de grupos terroristas e de sanções.

Esta iniciativa chega no momento em que os insurgentes afegãos aumentaram seus ataques. Hoje, um atentado suicida cometido nas proximidades da base militar americana de Camp Phoenix, ao leste de Cabul, feriu cinco civis. No sul afegão, um civil e cinco policiais morreram numa noite em que a Isaf, a força internacional da Otan no Afeganistão, fez operações militares contra os insurgentes no sul e no leste do país.

Abdullah Gül ressaltou a necessidade de "ganhar os corações do povo afegão" pois, segundo ele, encarar o problema só como um assunto de segurança não levará ao fim do terrorismo.

Apoio

A cúpula de hoje foi precedida por uma reunião trilateral nesta segunda-feira (25) entre os presidentes de Turquia, Paquistão e Afeganistão, que igualmente teve como eixo principal a segurança e o modo de convencer os talebans mais moderados a abandonarem as armas. O objetivo do encontro organizado por Ancara foi aumentar a cooperação entre dois vizinhos que se olham com receio, pois Cabul acusa continuamente os serviços secretos paquistaneses de apoiar e financiar os talebans.

Tanto o presidente turco, como o paquistanês, deram seu apoio ao plano de diálogo de Karzai, o qual assegurou que a medida tem o respaldo da UE e dos Estados Unidos.

No início deste mês, os ministros de Assuntos Exteriores do Reino Unido, David Miliband, e da Turquia, Ahmet Davutoglu, apontaram que não será possível chegar a uma solução para os problemas do Afeganistão sem uma reconciliação entre as diversas parcelas da população afegã em conflito.

A expectativa é de que na cúpula de Londres desta quinta-feira (28), na qual quase 60 países debaterão o futuro do Afeganistão, o presidente Karzai apresente todos os detalhes de seu plano de reconciliação com os talebans.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
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Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
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Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
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