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Romênia aprova participação em escudo antimísseis dos EUA
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RADU MARINAS
da Reuters, em Bucareste
O órgão máximo de defesa da Romênia aprovou hoje um plano de Washington de posicionar mísseis interceptores no país com saída para o Mar Negro, como parte de um escudo antimísseis de proteção da Europa, anunciou o presidente Traian Basescu.
Basescu deu poucos detalhes sobre o projeto, mas este parece fazer parte de uma abordagem renovada adotada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, desde que ele cancelou um plano da era Bush (2001-2009) que previa a instalação de radares e foguetes interceptores na República Tcheca e na Polônia.
O escudo antimísseis causa indignação na Rússia, que durante a Guerra Fria exercia a hegemonia sobre a Europa oriental e vê o escudo como ameaça a seu próprio arsenal nuclear, tendo reagido mal ao que alega ser interferência de Washington em sua esfera de influência.
Basescu disse que o Conselho Supremo de Defesa --a autoridade máxima militar e de segurança da Romênia-- aprovou uma proposta americana para incluir a Romênia em um sistema contra "potenciais ataques com mísseis balísticos ou foguetes de médio alcance". "Interceptores terrestres serão posicionados dentro do território nacional", disse ele, acrescentando que as instalações americanas estão previstas para se tornarem operacionais em 2015.
O anúncio foi inesperado e foi feito após expressões de preocupação por parte da Polônia e da República Tcheca, ambas ex-comunistas e hoje membros da Otan. Basescu disse que a participação da Romênia, país membro da União Europeia e da Otan, que tem 22 milhões de habitantes e situada no canto sudeste do continente, não tem a intenção de ameaçar Moscou.
"O novo sistema não é contra a Rússia. Quero afirmar isso categoricamente: a Romênia não abrigará um sistema contra a Rússia, mas contra outras ameaças", disse ele.
Na Romênia, diferentemente de alguns outros Estados da UE, o apoio popular à política militar dos EUA é muito grande. O país abriga uma pequena base americana e instalações de treinamento, parte de uma iniciativa do Pentágono de abrir mão dos centros grandes na Europa ocidental que os EUA mantinham durante a Guerra Fria, dando preferência a instalações menores perto de regiões voláteis como o Oriente Médio.
Anunciado em setembro passado em Washington, o plano reformulado de Obama inclui sistemas terrestres e marítimos de defesas antimísseis no Golfo e na região, para defesa contra o que seria uma ameaça crescente de mísseis iranianos.
A administração Obama argumenta que o plano traz uma defesa mais eficaz contra essa ameaça do que fazia o plano de Bush, apesar de ter atraído a rejeição de Teerã, que acusa Washington de atiçar sentimentos anti-iranianos.
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