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Protestantes e católicos aceitam acordo e avançam em paz na Irlanda do Norte
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da Folha Online
Os premiês do Reino Unido e da Irlanda do Norte assinaram nesta sexta-feira, em Belfast, o acordo que dá à Irlanda do Norte controle sobre a polícia e cria o cargo de ministro de Justiça. A assinatura do acordo ocorreu depois do consenso alcançado entre os católicos e protestantes e marca um dos passos mais amplos desde o acordo de paz de 1998, que encerrou três décadas de violência sectária.
O premiê da Irlanda do Norte, Peter Robinson, anunciou nesta quinta-feira que seu Partido Democrático Unionista (DUP) aprovara as propostas destinadas a salvar o governo regional bipartidário de católicos e protestantes.
O DUP e o Sinn Fein (partido católico), que dividem o poder no governo regional, realizaram seis dias de intensas negociações para tentar evitar o colapso das instituições regionais.
As duas partes tentam chegar a um acordo sobre um calendário para que Londres transfira a Belfast o comando da polícia e da Justiça, que deve ocorrer no próximo dia 12 de abril. Este é visto como o último obstáculo para a aplicação efetiva dos termos dos acordos de paz de 1998, que acabaram com 30 anos de violência na Irlanda do Norte.
Autoridades norte-irlandesas e o britânico Gordon Brown chegaram na manhã desta sexta-feira à Irlanda do Norte para assinar o acordo.
O acordo de 1998 encerrou a violência sectária que deixou 3.600 mortos em 30 anos. Analistas alertaram que qualquer vácuo político no país, após um eventual fracasso do acordo, poderia incitar a violência.
O Sinn Fein quer unir a Irlanda do Norte a Irlanda, enquanto o DUP prefere permanecer parte do Reino Unido. Atualmente, os dois partidos dividem o poder.
Acordo
O texto do acordo, que não foi divulgado oficialmente, abordaria ainda outros assuntos que dificultaram o avanço das conversas --como as exigências dos unionistas de abolir o organismo que supervisiona e modifica as rotas das polêmicas passeatas da Ordem de Orange (protestante) por certas áreas católicas.
Já o Sinn Fein quer avanços no reconhecimento da língua gaélica irlandesa como oficial, na cooperação entre os Parlamentos de Belfast e Dublin e em pontos das leis sobre igualdade e direitos.
A recusa do DUP em fixar uma data e depois a imposição de novas condições minaram o diálogo na Província a ponto de os republicanos ameaçarem abandonar o governo se não houver avanços. Tal panorama agravaria a estagnação política e forçaria a convocação de eleições autônomas antecipadas.
Embora o DUP tenha insistido que não existem dissidências internas, o certo é que Robinson esbarrou na intransigência da facção mais conservadora do partido para aceitar um acordo, o que gerou dúvidas sobre sua capacidade de liderança.
No entanto, o atual clima de otimismo foi reforçado pela volta na quarta-feira de Robinson à chefia do governo norte-irlandês. Ele abandonara o cargo temporariamente em 11 de janeiro por causa de um escândalo sexual e financeiro envolvendo sua mulher.
Com agências internacionais
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