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Hillary quer que caso de americanos presos no Haiti seja resolvido logo
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da Folha Online
da Efe, em Washington
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, expressou hoje o desejo de que o caso dos americanos presos no Haiti por tentar deixar o país com 33 crianças se resolva rapidamente. Em declarações à imprensa no Departamento de Estado, a chanceler disse que os EUA estão fornecendo serviços consulares ao grupo, ao qual tem "pleno acesso".
O embaixador dos EUA no Haiti, Kenneth Merten, está em contato com autoridades haitianas para tratar do caso, explicou Hillary. No entanto, a chanceler quis deixar claro que se trata de um assunto do Judiciário do Haiti. "Obviamente, é um assunto do sistema judiciário haitiano", insistiu para deixar claro que não quer interferir nas decisões.
Segundo Hillary, este é um caso que está em mãos de "uma nação soberana" e que fez a acusação com base em provas que apresentou quando anunciou a acusação formal. Apesar disso, Washington continuará apoiando os americanos, como faz em todos os casos nos quais seus cidadãos são detidos no exterior, acrescentou a chanceler. "Continuaremos apoiando os americanos acusados e esperamos que este assunto possa ser resolvido com prontidão", disse.
Essa é a segunda declaração oficial de Hillary sobre o caso dos dez americanos acusados, que é acompanhado muito de perto nos EUA, depois da feita na quarta-feira quando lamentou a atuação do grupo. A chanceler considerou errado que, por qualquer motivação, esse grupo de americanos "tomasse o assunto por suas próprias mãos".
Hillary afirmou, além disso, que as autoridades haitianas facilitaram o acesso consular aos detidos. Ela reiterou a preocupação dos EUA com o tráfico de pessoas, "particularmente grave no caso das crianças, seja para utilizá-los como escravos, vendê-los para adoção, ou abusá-los de outra maneira". "Levamos isso muito a sério", enfatizou a secretária de Estado.
Caso
O grupo de americanos --cinco homens e cinco mulheres-- integra a organização de caridade New Life Children's Refuge, ligada à Igreja Batista. Eles tentavam atravessar a fronteira entre o Haiti e a República Dominicana em um ônibus, com 33 crianças haitianas com idades entre dois meses e 12 anos quando foram presos por não terem documentos.
Dois dias depois da prisão, Silsby, afirmou à agência de notícias Associated Press que as crianças eram órfãs e que seriam levadas para um hotel da área de Cabarete, na costa da República Dominicana. O hotel, de 45 quartos, seria, posteriormente, transformado em um orfanato, ainda conforme a missionária. "Nós só queríamos ajudar as crianças. Nós pedimos ao tribunal não só a nossa libertação mas também que possamos continuar ajudando", disse a líder Laura Silsby, ontem, durante uma pausa na audiência judicial.
No entanto, após a prisão dos americanos, as autoridades haitianas descobriram que várias das crianças tinham pais vivos e até sabiam os telefones deles. Desesperados, os pais dizem que entregaram os filhos para o grupo de boa vontade, confiando nos americanos que teriam prometido levá-los para uma vida melhor. As histórias contradizem as afirmações da líder do grupo de batistas, segundo quem as crianças foram tiradas de orfanatos ou foram entregues por parentes distantes.
O advogado haitiano dos americanos, Edwin Coq, afirmou que nenhum deles sabia que era ilegal tirar as crianças do país sem documentos, à exceção de Silsby. "Farei tudo o que puder para libertar os nove. Eles foram ingênuos. Eles não tinham ideia do que estava acontecendo e de que precisavam de documentos oficiais para cruzar a fronteira. Mas Silsby sabia", disse.
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