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Irã condena ex-vice-chanceler a seis anos de prisão
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da Folha Online
Uma corte iraniana condenou o ex-vice-chanceler reformista Mohsen Aminzadeh a seis anos de prisão por sua participação nos protestos da oposição que seguiram a contestada reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho do ano passado, informou nesta segunda-feira a agência de notícias Isna.
Aminzadeh foi um dos muitos nomes proeminentes entre os reformistas presos nos protestos da oposição que levaram Irã a uma crise política inédita em 30 anos e que expôs ao mundo as divisões no país.
O advogado de Aminzadeh, Abbas Shiri, citado pela Isna, afirmou que o ex-vice-chanceler foi acusado de participar em aglomerações ilegais, planejar distúrbios à segurança do Irã e espalhar propaganda contra o sistema de governo islâmico em entrevistas à imprensa estrangeira.
"Rejeitando as acusações, eu submeterei uma apelação no período legal", disse.
Milhares de pessoas que participaram do protesto receberam sentenças de prisão por acusações como ameaçar a segurança nacional. A maioria já foi libertada, mas mais de 80 receberam penas de até 15 anos de prisão.
Outras duas pessoas foram executadas por crimes contra a República Islâmica e nove aguardam apelação de sentenças de morte. O Ocidente e grupos de direitos humanos condenaram as execuções e acusaram Irã de querer usar as vítimas como exemplo para intimidar a oposição.
Desde novembro, outros três proeminentes reformistas --ex-porta-voz do governo Abdullah Ramezanzadeh, ex-vice-presidente Mohammad Ali Abtahi e ex-vice-ministro de Economia Mohsen Safaie Farahani-- receberam penas de seis anos de prisão.
Aminzadeh, Ramezanzadeh, Abtahi e Safaie Farahani ocuparam cargos no governo durante a Presidência de Mohammad Khatami (1997-2005), que apoiou o reformista Mir Hossein Mousavi nas eleições de junho passado.
Também nesta segunda-feira, vários sites ligados à oposição informaram que nove jornalistas iranianos foram detidos nos últimos dois dias. O motivo das prisões não foi revelado.
Segundo o site de oposição Kaleme.org, 55 jornalistas estão atualmente detidos no Irã.
Os sites da oposição convocam as pessoas a voltarem às ruas em 11 de fevereiro, quando o Irã marca o aniversário da Revolução Islâmica de 1979. A polícia já alertou que protestos da oposição serão firmemente confrontados.
Protestos
O ultraconservador presidente Ahmadinejad foi reeleito em pleito do dia 12 de junho passado, com cerca de 63% dos votos contra 34% de Mousavi.
A votação foi seguida por semanas de fortes protestos da oposição por fraude. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e cerca de 2.000 presos.
A maioria deles já foram libertados, mas mais de 80 foram condenados à até 15 anos de prisão por participação nos protestos e na violência após o pleito, segundo o Judiciário. Cinco pessoas foram condenadas à morte.
A oposição chegou a denunciar abusos nos presídios contra os opositores, mas a acusação foi rejeitada por Teerã
O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas.
Com Reuters e France Presse
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