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Colômbia propõe assumir reconstrução de parte do Haiti; Unasul debate ajuda
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da France Presse, em Bogotá (Colômbia)
da Folha Online
O presidente colombiano, Alvaro Uribe, propôs na segunda-feira que seu governo assuma a reconstrução de uma parte pré-determinada da área devastada pelo terremoto de 12 de janeiro no Haiti. Uribe deve reiterar a oferta na reunião desta terça-feira da Unasul (União das Nações Sul-americanas) em Quito, no Equador, que debaterá um esforço regional de ajuda humanitária ao país caribenho.
Segundo as mais recentes estimativas do governo haitiano, o terremoto do último dia 12 deixou 212 mil mortos, mais de 300 mil feridos e 1 milhão de desabrigados.
Uribe disse querer achegar a um acordo com o Haiti "para assumir a responsabilidade por um local específico, sobre uma população específica de compatriotas haitianos". Ele ressaltou que qualquer colaboração para a reconstrução do Haiti deve ser aprovada antes pelo governo do país caribenho.
"Nós avançaremos somente de acordo com as ordens que receberemos do governo haitiano", afirmou Uribe.
O presidente colombiano propôs ainda que cada país sul-americano doe para a reconstrução do Haiti uma porcentagem equivalente à sua participação nos organismos multilaterais.
As declarações foram feitas pouco depois de Uribe receber o ministro haitiano do Interior, Paul Antoine, a quem reiterou o compromisso colombiano com a reconstrução do país.
Fundo comum
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o chileno José Miguel Insulza, sugeriu nesta terça-feira em Quito a criação de um fundo comum e a coordenação de todas as tarefas destinadas à reconstrução do Haiti.
O secretário-geral defendeu que a coordenação de tarefas é imprescindível para que a meta de reconstrução seja atingida da melhor maneira. O terremoto de magnitude 7 devastou parte do Haiti, destruindo cerca de 75% da capital Porto Príncipe.
"Há muitas ONGs que trabalham no Haiti, cada uma passa por cima da outra e isso dificultou historicamente a cooperação com o Haiti. Acho que, com um plano comum de reconstrução, podemos superar esse tipo de problema", afirmou Insulza.
A ideia, segundo ele, é criar o Fundo Internacional para a Reconstrução do Haiti para distribuir todo o trabalho de maneira coordenada.
Reunião
Com as propostas já apresentadas, os líderes sul-americanos devem deixar de lado na terça-feira suas habituais recriminações mútuas para tentarem discutir uma posição unificada diante da crise no Haiti.
Investidores estarão atentos para verem se os presidentes da região conseguem se unir pela causa haitiana, atenuar sua retórica política e criar condições para um melhor comércio entre países que, em diversos graus, ainda tentam deixar para trás a estagnação econômica de 2009.
O presidente haitiano, René Préval, deve comparecer como convidado para fazer um apelo pela reconstrução do seu empobrecido país.
A crise é tão grande que pode ajudar a abrandar as diferenças entre os países da Unasul, segundo Michael Shifter, da entidade Diálogo Interamericano. "O Haiti poderia ser uma questão unificadora para o continente. A desconfiança não irá desaparecer, mas esta reunião poderia ser um respiro bem-vindo."
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