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EUA libertam fotógrafo iraquiano preso sem acusação em 2008
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da Reuters, em Bagdá
Militares dos EUA libertaram hoje um fotógrafo da agência internacional de notícias Reuters que passou quase um ano e meio preso sem acusação.
O iraquiano Ibrahim Jassam Mohammed, que trabalhava para a Reuters como fotógrafo e cinegrafista freelance, foi detido durante uma batida de forças iraquianas e norte-americanas na sua casa, na localidade de Mahmudiya, ao sul de Bagdá, em setembro de 2008. As forças militares dos EUA nunca explicaram claramente por que o prenderam.
"Como posso descrever meus sentimentos? É como nascer de novo", disse Jassam à Reuters por telefone, enquanto era recebido emotivamente por sua família.
Vários jornalistas iraquianos a serviços de veículos estrangeiros já foram presos por militares dos EUA, às vezes durante anos, desde o início da ocupação americana, em 2003. Nenhum desses profissionais recebeu acusação formal, o que gerou críticas de entidades de defesa da imprensa. "Estou muito satisfeito de que seu longo encarceramento sem acusação tenha finalmente acabado", disse o editor-chefe da Reuters, David Schlesinger. "Gostaria que o processo de libertar um homem que não tinha acusações específicas contra si fosse mais rápido."
Os militares dos EUA declararam que Jassam era uma "ameaça à segurança", mas não deram qualquer outra explicação sobre sua prisão, nem responderam de imediato a e-mails pedindo comentários sobre a libertação dele.
No ano passado, militares afirmaram que as provas contra Jassam eram sigilosas, mas diziam respeito a "atividades com insurgentes," termo que no Iraque geralmente se refere a grupos sunitas, como a rede terrorista Al Qaeda. Jassam é xiita.
Sob um acordo firmado no ano passado entre EUA e Iraque, os militares norte-americanos já libertaram milhares de iraquianos que haviam sido detidos, mas ainda restam quase 6.000 presos, que eventualmente terão de ser entregues às autoridades locais. Alguns poderão ser indiciados e julgados por tribunais iraquianos; outros serão soltos.
A Corte Criminal Central do Iraque decidiu no ano passado que não cabia nenhum processo contra Jassam.
Um mês antes de prenderem Jassam, forças dos EUA detiveram o cinegrafista da Reuters Ali Mashhadani e o mantiveram preso por três semanas sem acusação. Foi a terceira detenção de Mashhadani, que passara cinco meses na cadeia em 2005.
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