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Vice dos EUA diz que Al Qaeda investe em atentados menores e violentos
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da Reuters, em Washington (EUA)
da Folha Online
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira que a rede terrorista Al Qaeda avança no sentido de atentados menores, mas "devastadoramente assustadores", e dificilmente repetirá um ataque com as dimensões do de 11 de setembro de 2001.
"A ideia de haver um ataque enorme nos Estados Unidos como o 11 de setembro é improvável, na minha opinião", afirmou. "Se você vê o que está acontecendo, particularmente com a Al Qaeda na Península Árabe, eles decidiram se mover na direção de ataques muito menores, mas devastadoramente assustadores."
Recentemente, diretores de serviços de inteligência dos EUA disseram ao Congresso que a Al Qaeda certamente tentará cometer novos atentados nos próximos meses.
Biden reconheceu a ameaça, mas insistiu que serão ataques de escala menor, embora igualmente assustadora. Um exemplo desses ataques seria o frustrado atentado do dia de Natal, quando o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab tentou explodir um avião que sobrevoava os Estados Unidos. O braço da Al Qaeda no Iêmen assumiu a autoria do atentado.
Em entrevista ao programa "Larry King Live", na CNN, Biden afirmou ainda que a situação no Paquistão o preocupa mais do que a no Iraque, Irã e Afeganistão.
"É um país grande, tem armas nucleares capazes de serem empregadas, tem uma minoria realmente significativa de população radicalizada, não é uma democracia completamente funcional... Então, é a minha principal preocupação."
O vice de Barack Obama manifestou otimismo a respeito do Iraque, dizendo que pode acabar sendo "um dos grandes feitos desta administração".
"Vocês verão 90 mil soldados americanos virem marchando para casa ao final do verão (no hemisfério Norte)", disse. "Vocês verão um governo estável no Iraque, que está na verdade avançando para um governo representativo."
Ele contou que já foi 17 vezes ao Iraque, em geral a cada dois ou três meses. "Impressionou-me. Fiquei impressionado por como eles têm decidido usar o processo político em vez das armas para resolver suas diferenças."
Irã
Biden, que foi presidente e democrata de mais alto escalão no Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, disse ainda que o programa nuclear iraniano é uma "preocupação real".
"Se eles continuarem no caminho das armas nucleares e forem capazes de obterem uma capacidade mesmo que módica, então me preocupo sobre [...] que pressão isso coloca sobre a Arábia Saudita, o Egito, a Turquia [...] Adquirir armas nucleares é muito desestabilizador", afirmou.
Os EUA pressionam os aliados para que aprovem a toque de caixa um novo pacote de sanções contra o Irã, após o anúncio de Teerã de que fabrica urânio enriquecido a 20% em seu próprio solo. A medida viola resolução da ONU e contraria proposta das potências para enriquecimento do urânio iraniano em solo exterior --medida para amenizar as desconfianças ocidentais de que há fins militares no programa nuclear iraniano.
Apesar do apoio declarado da França e velado da Alemanha e do Reino Unido, os EUA enfrentarão resistência da China --que prefere defender o diálogo com o risco de perder importante parceiro comercial e fornecedor de petróleo.
Para que uma nova rodada de sanções seja aprovada no Conselho de Segurança da ONU, os EUA têm que conseguir nove dos 15 votos do Conselho de Segurança e nenhum veto dos cinco membros permanentes --os próprios EUA, China, Rússia, Reino Unido e França.
Mesmo entre os membros rotativos, os EUA devem encontrar resistência. O Brasil argumenta que uma nova sanção "é improvável e seria ineficaz", segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
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