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Premiê de Israel aprovou assassinato de líder do Hamas em janeiro, diz jornal
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da Folha Online
Uma reportagem do jornal britânico "The Sunday Times" afirma que o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, aprovou no começo de janeiro que um esquadrão dos serviços secretos israelenses, Mossad, assassinasse o líder do movimento islâmico palestino Hamas Mahmoud Al Mabhouh.
Baseado em informações obtidas por "fontes com conhecimento do Mossad", o jornal diz que Netanyahu foi no começo de janeiro à sede do Mossad em Tel Aviv, conhecida como midrasha, e deu a autorização para a operação ao chefe dos serviços secretos, Meir Dagan.
Mabhouh, um dos fundadores do braço militar do Hamas, foi encontrado morto em seu quarto em um hotel de Dubai no último dia 20 de janeiro, um dia após sua morte. A polícia de Dubai revelou que 11 pessoas --dez homens e uma mulher-- são suspeitos de serem os responsáveis pelo assassinato. Eles utilizaram seis passaportes britânicos, três irlandeses, um francês e um alemão.
As fontes citadas pelo jornal dizem ainda que o esquadrão do Mossad chegou a treinar para a missão em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em um hotel de Tel Aviv, sem avisar seus donos.
"O povo de Israel conta com vocês. Boa sorte", teria dito Netanyahu aos agentes do Mossad.
Ainda segundo o jornal, a missão não foi considerada complicada ou arriscada. A ideia era pegar Mabhouh desprevenido no luxuoso hotel de Dubai.
Em 19 de janeiro, quando o comandante do Hamas embarcou no voo EK912 da Emirates em Damasco, na Síria. O Mossad, afirma o "Sunday Times", havia recebido informação de que ele estaria no voo, com um nome de Abu al-Abd. Eles suspeitavam que ele viajaria até o porto iraniano de Bandar Abbas para negociar um carregamento de armas para a faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
O jornal relata que, assim que o avião decolou, um agente do Mossad enviou uma mensagem, provavelmente de um celular austríaco pré-pago, para a equipe em Dubai.
Poucas horas depois, Mabhouh foi assassinado no quarto de seu hotel. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte e por dias sua morte foi tida como de causas naturais.
O jornal relata que, quando as suspeitas de assassinato foram levantadas, as câmeras de segurança da cidade mostraram o trabalho do esquadrão da morte. As câmeras gravaram desde a chegada da equipe em Dubai até o momento em que deixaram o país.
Investigação
Em uma evidência que comprovaria a versão do jornal, o chefe da polícia de Dubai, general Dahi Jalfan Tamin, afirmou neste domingo que um membro do Hamas foi quem revelou ao esquadrão os movimentos de Mabhouh.
Em declarações publicadas na edição on-line do jornal "Al Jalich", Jalfan pediu ao Hamas que abra uma investigação interna para determinar como aconteceu o vazamento da informação que conduziu à morte de Mabhouh.
Segundo ele, só uma pessoa sabia que o líder do Hamas estava indo para os Emirados Árabes Unidos. Portanto, apenas ela poderia ter repassado a informação aos assassinos de Mabhouh. O general afirmou ainda que o responsável pelo vazamento é o verdadeiro culpado pelo assassinato.
Jalfan afirmou neste sábado que os investigadores tinham provas, incluindo escutas telefônicas, sobre o envolvimento dos serviços de espionagem israelenses no assassinato.
França, do Reino Unido e Irlanda disseram que os passaportes utilizados pelos suspeitos do assassinato são falsos. Já a revista alemã "Der Spiegel" afirmou que o documento alemão é verdadeiro e foi emitido para um israelense que pediu dupla nacionalidade.
Segundo a imprensa israelense, o esquadrão da morte teria usurpado a identidade de pelo menos sete israelenses que possuem nacionalidades estrangeiras para realizar o crime.
A polícia de Dubai já pediu à Interpol que decrete uma ordem de prisão preventiva contra o chefe do Mossad, caso fique provado o envolvimento dele no assassinato de Mabhouh.
Com agências internacionais
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