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01/03/2004 - 17h55

Haitianos recebem líder rebelde como herói em Porto Príncipe

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da France Presse, em Porto Príncipe (Haiti)

Acolhido por uma entusiasmada multidão hoje, um dia depois da renúncia do presidente Jean Bertrand Aristide, Guy Philippe, chefe militar da rebelião haitiana, tornou-se o novo herói em Porto Príncipe, a capital do Haiti.

Chegando pelo bairro Petionville, com uma caravana de meia dúzia de veículos com cerca de 50 homens fardados, Guy Phillipe e Louis Jodel Chamblain, chefe militar do movimento, fizeram sua entrada triunfal na capital, após três semanas de insurreição.

Uma multidão se reuniu espontaneamente, agitando bandeiras haitianas para aclamar Philippe --um dos principais dirigentes da Frente de Resistência Nacional--, enquanto se dirigia ao palácio presidencial, liderando o comboio de veículos que levavam seus soldados fortemente armados.

Milhares de haitianos os aplaudiam ao longo da avenida Delmas, que atravessa a cidade, e no Campo de Marte, em frente ao palácio, que permanecia com as grades fechadas e sob proteção de soldados americanos.

Philippe não entrou na sede presidencial, mas no quartel-general de polícia vizinho, onde segundo uma rádio local lhe teriam proposto assumir a direção das forças de segurança.

Festa

Depois de ser palco, ontem, de episódios de violência e saques cometidos por partidários de Aristide, a grande esplanada abrigava hoje uma festa popular.

Alguns cantavam em crioulo "vle pa vle, fok Aristide gugé" (algo como "queiram ou não, Aristide deve ser julgado"), e Philippe pediu que o ex-presidente do país, refugiado na República Centro-Africana, fosse devolvido ao Haiti para ser julgado por "alta traição, assassinato e roubo".

Outros amaldiçoavam os políticos e propunham que os ex-militares dirigidos por Philippe, que completou 36 anos ontem, assumam o poder.

À medida que o "herói" do dia se deslocava, a multidão fazia ondas ao tentar se aproximar dos militares, que permaneciam sorridentes, apesar das dificuldades em conseguirem passagem. Todos queriam vê-lo, tocá-lo.

Depois, Guy Philippe seguiu para um hotel da capital próximo à Embaixada da República Dominicana, onde tinha se exilado, para se reunir com representantes da oposição política e civil ao governo de Aristide.

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