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09/03/2010 - 13h06

Nigéria é pressionada a pôr fim à impunidade após massacre

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SHUAIBU MOHAMMED
da Reuters, em Jos (Nigéria)

A ONG defensora dos direitos humanos Human Rights Watch, sediada nos Estados Unidos, pressionou a Nigéria nesta terça-feira a levar à Justiça os responsáveis pelo massacre de cerca de 500 cristãos da etnia berom por pastores muçulmanos da etnia fulani em vilarejos de Jos (centro) e pôr fim a um ciclo de impunidade que permitiu a contínua instabilidade na região.

Moradores de Dogo Nahawa, a cerca de 15 quilômetros ao sul da cidade central de Jos, enterraram dezenas de corpos, inclusive de mulheres e crianças, em uma cova coletiva nesta segunda-feira depois dos ataques recentes contra três comunidades cristãs cometidos por pastores muçulmanos.

"Esse tipo de violência terrível deixou milhares de mortos no Estado de Plateau na última década, mas ninguém foi responsabilizado", disse Corinne Dufka, pesquisadora sênior para a África Ocidental do Human Rights Watch. "Está na hora de desenhar uma linha na areia."

O grupo defensor de direitos humanos cobrou do presidente interino nigeriano, Goodluck Jonathan, que garanta uma investigação válida e processos judiciais contra os responsáveis. O governo disse que 95 pessoas foram presas. Testemunhas dizem que entre 300 e 500 criminosos fizeram parte da ação.

Jonathan, que havia prometido levar aos tribunais os responsáveis por outros ataques em janeiro na mesma região, mobilizou tropas para conter os confrontos do começo do ano e toques de recolher ainda estavam em atividade quando o ataque de domingo ocorreu.

O Human Rights Watch disse que a mobilização militar havia sido limitada a ruas principais e era incapaz de proteger pequenas comunidades.

Moradores de Dogo Nahawa, Zot e Ratsat, vilarejos de maioria cristã, disseram que muçulmanos de morros próximos haviam atacado na manhã de domingo, atirando para o alto para forçar a saída das pessoas de suas casas, antes de esfaqueá-las com facões.

Alguns morreram ao tentar fugir, outros foram queimados vivos.

O diretor de Informação do Estado de Plateau disse que 500 pessoas morreram, mas o número oficial da polícia é de 55, com corpos ainda sendo contados.

O número de mortos tem sido frequentemente alterado por motivos políticos em conflitos anteriores na região central da Nigéria, com diversas facções acusadas de exagerarem os números por motivos políticos ou diminuir os números para tentar amenizar os riscos de represálias.

 

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