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Em relatório, EUA denunciam discriminação de muçulmanos na Europa
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da Folha Online
O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira seu informe anual sobre direitos humanos no qual criticou a crescente discriminação de muçulmanos na Europa e o auge do antissemitismo no mundo. O relatório não poupou críticas ainda às autoridades chinesas, pela repressão exercida contra seu povo, e o pobre desempenho do Irã.
Segundo o texto, "a discriminação contra os muçulmanos na Europa vem sendo motivo de preocupação crescente".
O documento cita a emenda constitucional que proíbe a construção de minaretes na Suíça, aprovada em referendo no dia 29 de novembro passado, com 57,5% de votos. A questão foi motivo de indignação no mundo muçulmano.
Outro tema polêmico é a proibição do uso da burca --véu islâmico que cobre o corpo da mulher. O tema está sendo discutido pelo governo francês e pode virar lei em locais públicos.
Antissemitismo
Os EUA destacam ainda que "as novas e as tradicionais formas de antissemitismo progrediram, chegando a seu apogeu durante o conflito em Gaza de 2008-2009" --uma referência à operação militar israelense contra os militantes do grupo palestino Hamas que deixou cerca de 1.400 palestinos mortos, a maioria civis.
Segundo o Departamento de Estado, o antissemitismo ainda está presente na sociedade europeia, na América Latina e, principalmente, no Irã, onde é alimentado pelo governo ultraconservador de Mahmoud Ahmadinejad.
As novas formas de antissemitismo seriam "a crítica exacerbada ao sionismo e à política israelense, com a consequente demonização de todos os judeus", traduzindo-se, muitas vezes, em atos de violência.
Irã
O Irã, que rejeitou as ofertas de diálogo nuclear americanas, foi um dos mais criticados no relatório por sua resposta aos protestos maciços da oposição contra a reeleição de Ahmadinejad.
"O mau desempenho do governo em matéria de direitos humanos piorou durante o ano, particularmente depois das polêmicas eleições presidenciais de junho", diz o relatório, acrescentando que o governo "limitou severamente os direitos dos indivíduos" de mudar seu governo pacificamente, através de eleições livres e justas.
Minorias
O documento também destaca a fragilidade das minorias no mundo, em 2009, assim como uma tendência generalizada em "controlar as vozes críticas", principalmente as dos jornalistas, através das novas tecnologias.
Estas limitações são, com frequência, aplicadas de maneira "sutil, para evitar chamar a atenção dos defensores dos direitos humanos" e dos demais países, detalha.
Sri Lanka
O documento destaca ainda falhas dos dois lados da guerra civil no Sri Lanka, que opôs por 25 anos tropas do governo e rebeldes separatistas tâmeis. A guerra foi vencida em maio do ano passado pelas tropas do governo após uma megaoperação marcada por denúncias de ataque a civis.
"As forças de segurança do governo, grupos paramilitares pró-governo e os Tigres pela Libertação da Pátria Tâmil usaram força excessiva e cometeram abusos contra civis", diz o texto.
China
Como esperado, o documento do Departamento de Estado americano também aponta a degradação da questão dos direitos humanos em alguns locais da China, particularmente em Xinjiang, a região muçulmana do nordeste do país que viveu no ano passado confrontos étnicos entre a minoria uigur e a maioria han com saldo de cerca de 200 mortos.
Pequim "intensificou uma repressão severa, nos planos cultural e religioso", diz o documento.
Com France Presse e Reuters
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