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Mais de 160 são presos na Nigéria por massacre de 500 cristãos
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colaboração para a Folha Online
Mais de 160 pessoas foram presas na Nigéria em conexão com o massacre cometido no início deste mês, segundo o porta-voz da polícia nacional, Emmanuel Ojukwu, informou a rede de TV americana CNN nesta terça-feira.
Dos 163 presos, 41 serão acusados de homicídio e os outros 122 por tumulto, incêndio premeditado e porte de arma de fogo, segundo a CNN. Os presos são de diferentes etnias, mas todos de áreas próximas a Jos, capital do Estado de Plateau, no centro da Nigéria.
Em 7 de março, pastores da etnia fulani atacaram três aldeias de maioria cristã perto de Jos. A polícia fala em 109 mortos, mas outras fontes, incluindo autoridades de Plateau, falam em cerca de 500 mortos, incluindo mulheres e crianças. Segundo a Cruz Vermelha, 8.000 pessoas tiveram de deixar suas aldeias.
Em janeiro, confrontos entre muçulmanos e cristãos mataram mais de 400 pessoas, segundo líderes comunitários.
Na última quarta-feira (17), outro ataque a uma aldeia cristã deixou ao menos 13 pessoas mortas e outras seis gravemente feridas. A matança aconteceu por volta da 1h30 (21h30 no horário de Brasília) na região de Riyom, 30 km ao sul de Jos.
Conflitos na Nigéria
A Nigéria, localizada na África Ocidental, é o país africano mais populoso, com 150 milhões de habitantes. O Estado de Plateau separa o norte muçulmano do sul predominantemente cristão, com presença também de índios animistas. A região é conhecida como "Cinturão do Meio" e enfrenta constantes confrontos entre dezenas de grupos étnicos em busca do controle das terras férteis.
Os enfrentamentos nessa região já provocaram milhares de mortes desde 2001. Choques em setembro de 2001 mataram mais de mil pessoas. Confrontos entre cristãos e muçulmanos mataram até 700 pessoas em 2004. Mais de 300 moradores morreram num levante similar em 2008.
Ataques de retaliação não são incomuns e o governo pôs as forças de segurança em alerta vermelho depois dos ataques ao sul de Jos, no começo do mês, tentando evitar que a violência se espalhasse para Estados vizinhos.
Analistas locais, no entanto, sugerem que a principal causa dos enfrentamentos seria a rivalidade entre agricultores e pastores nômades em busca de terras, e não as diferenças religiosas e étnicas.
Com agências internacionais
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