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Papa pede fim de confrontos étnico-religiosos na Nigéria
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da Efe, na Cidade do Vaticano
O papa Bento 16 pediu nesta quarta-feira o fim dos confrontos étnico-religiosos que deixaram cerca de 500 mortos na Nigéria e disse que a violência não resolve os conflitos, "mas só acrescenta trágicas consequências".
O pontífice fez o pedido diante de mais de 10 mil pessoas que assistiram à audiência pública das quartas-feiras. "Meu pesar vai para as vítimas da atroz violência que ensanguenta a Nigéria e que também tirou a vida de crianças indefesas", afirmou o papa.
No domingo passado (7), cerca de 500 cristãos da etnia berom foram mortos brutalmente por pastores muçulmanos da etnia fulani em vilarejos de Jos (centro da Nigéria).
Moradores de Dogo Nahawa, Zot e Ratsat, vilarejos de maioria cristã, disseram que muçulmanos de morros próximos haviam atacado na manhã de domingo, atirando para o alto para forçar a saída das pessoas de suas casas, antes de esfaqueá-las com facões. Alguns morreram ao tentar fugir, outros foram queimados vivos.
O diretor de Informação do Estado de Plateau disse que 500 pessoas morreram, mas o número oficial da polícia é de 109, com corpos ainda sendo contados.
O governo disse que 95 pessoas foram presas. Testemunhas dizem que entre 300 e 500 criminosos fizeram parte da ação.
O número de mortos tem sido frequentemente alterado por motivos políticos em conflitos anteriores na região central da Nigéria, com diversas facções acusadas de exagerarem os números por motivos políticos ou diminuir os números para tentar amenizar os riscos de represálias.
Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, uma primeira leitura do ocorrido não descarta a possibilidade de confrontos sociais e não de natureza religiosa, concordando com o arcebispo de Abuja (Nigéria), John Olorunfemi Onaiyekan.
"Trata-se do clássico conflito entre pastores e agricultores, só que os fulani são muçulmanos e os berom são todos cristãos", afirmou o arcebispo nigeriano à Rádio Vaticano.
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