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29/03/2010 - 12h32

Mortos em ataques chegam a 38 em Moscou; Interpol pode investigar ação

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da Folha Online

O Ministério de Situações de Emergência da Rússia afirmou nesta segunda-feira que o duplo atentado terrorista contra duas estações de metrô de Moscou deixou ao menos 38 mortos e 64 feridos.

A Interpol (polícia internacional) ofereceu ajuda à Rússia para investigar os responsáveis pelos ataques, perpetrados por duas mulheres-bomba, segundo a agência de notícias russa Ria Novosti. Nenhum grupo assumiu a autoria, mas o governo russo acusa rebeldes ligados a separatistas do Cáucaso Norte.

A Interpol ofereceu "apoio e assistência total" às autoridades russas. "O Centro de Comando e Coordenação da Interpol, em seu secretariado-geral, em Lyon, na França, está trabalhando próximo com o Escritório Nacional Central de Moscou para dar qualquer assistência necessária", disse a Interpol, sem seu site".

Alexander Natruskin /Reuters
Pessoas passam por flores deixadas em memória das 38 vítimas dos ataques a duas estações de metrô de Moscou
Pessoas passam por flores deixadas em memória das 38 vítimas dos ataques a duas estações de metrô

O ministério russo começou o trabalho de identificação das vítimas dos ataques, os mais violentos em seis anos na capital Moscou.

O primeiro atentado aconteceu às 7h57 (0h57 no horário de Brasília) em um vagão parado na estação Lubianka.

A Praça Lubianka abriga a sede do FSB, sucessor da KGB soviética, que neste edifício interrogava e eliminava os dissidentes durante as punições da então União Soviética.

O segundo atentado foi executado na estação Park Kultury, na mesma linha do metrô, às 8h40 (1h40 no horário de Brasília). A estação fica próxima ao Parque Gorky.

Em ambos os casos, as bombas foram detonadas quando os trens chegaram na estação e as portas estavam abrindo.

"Em Park Kultury, segundo dados preliminares, foi uma mulher-bomba. Segundo os fragmentos do corpo, que estão sendo examinados, o explosivo estava na altura da cintura. A situação é a a mesma em Lubianka", disse o porta-voz do comitê de investigação do Ministério Público de Moscou, Vladimir Markin.

As outras linhas do metrô de Moscou, que diariamente transporta 8,5 milhões de pessoas, permaneciam funcionando normalmente.

"Eu ouvi uma explosão, virei minha cabeça e havia fumaça em todos os lados. As pessoas correram para as saídas gritando", disse Alexander Vakulov, 24, que estava em um trem na plataforma oposta ao local da explosão em Park Kultury.

"Eu vi uma pessoa morta pela primeira vez na minha vida", disse Valentin Popov, 19, que acabara de chegar na estação.

Arte/Folha Online

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Moscou registrou nos últimos dez anos uma série de explosões reivindicadas por militantes da causa separatista da Tchetchênia, uma república do Cáucaso. Nos últimos anos, contudo, os atentados se tornaram menos frequentes.

O último ataque no metrô de Moscou acontecera em 6 de fevereiro de 2004, entre as estações Avtozavodskaia e Pavelestakia, com um balanço de 41 mortos e 250 feridos.

Em agosto do ano passado, Medvedev anunciou a ampliação da campanha contra o terrorismo no Cáucaso Norte, após outro atentado suicida ter sido perpetrado contra um prédio da polícia na república da Inguchétia, no qual morreram 24 pessoas.

Nos últimos meses, as tropas russas intensificaram as operações militares contra rebeldes islâmicos no Cáucaso Norte e mataram vários dirigentes rebeldes, incluindo um na semana passada na região de Kabardino-Balkariya, que levou a promessas de retaliação dos militantes.

Algusn dos grupos militantes recebem apoio moral e financeiro da rede terrorista Al Qaeda e dezenas de seguidores de páginas na internet ligadas à Al Qaeda escreveram comentários comemorando os ataques em Moscou.

Um dos sites abriu uma página especial para "receber congratulações" pelos rebeldes da Tchetchênia que "iniciaram uma série de ataques nos países" e todos desejavam que Deus aceite as duas "irmãs", as mulheres-bomba que realizaram os ataques, como mártires.

"Não se esqueçam dos crimes de genocídio da Rússia no Cáucaso e na Tchetchênia", disse um dos autores. "A batalha foi levada ao coração de Moscou", escreveu outro.

Resposta

Pouco após os ataques, as duas maiores autoridades do governo russo declararam guerra ao terrorismo.

O premiê da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira em rede nacional que os terroristas responsáveis pelo duplo atentado serão capturados e aniquilados.

"Tenho certeza de que as agências de segurança farão todo o possível para encontrar e punir os criminosos", afirmou Putin, durante uma videoconferência da cidade siberiana de Krasnoyarsk. "Os terroristas serão aniquilados", completou.

"Somente com os esforços conjuntos poderemos derrotar os grupos clandestinos e vencer este mal", afirmou Putin, que suspendeu sua visita à região e voltará com urgência a Moscou.

Mais cedo, o presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou que o país continuará combatendo o terrorismo sem hesitar e ordenou um reforço da segurança nos transportes de toda a nação.

"A política de repressão do terror e de luta contra o terrorismo continuará. Prosseguiremos com as operações contra os terroristas sem hesitação e até o fim", afirmou Medvedev, durante uma reunião de emergência convocada após os atentados.

O presidente russo se mostrou convencido de que os terroristas queriam causar a "desestabilização da situação no país e na sociedade", segundo as agências russas. "Isto, evidentemente, é a continuação da atividade terrorista", disse Medvedev, que lamentou que as medidas antiterroristas adotadas até agora fossem "obviamente, insuficientes".

Com agências internacionais

 

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