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31/03/2010 - 10h31

Igreja da Suíça diz ter subestimado pedofilia e pede que vítimas denunciem

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da France Presse, em Berna
da Folha Online

A Igreja Católica da Suíça, uma das igrejas europeias atingidas pelo escândalo de pedofilia, admitiu nesta quarta-feira que subestimou as denúncias de abusos sexuais de crianças cometidos por padres e pediu que as vítimas apresentem denúncias judiciais.

"Humildemente, subestimamos a amplitude da situação. Os dirigentes nas dioceses e nas ordens religiosas cometeram erros", admite a Conferência de Bispos Suíços em um comunicado.

Há duas semanas, a Igreja Católica suíça informou que as dioceses do país foram contatadas por quase 60 pessoas que afirmaram ter sido vítimas de abusos sexuais por membros do clero.

Martin Werlen, abade do mosteiro beneditino de Einsiedeln, centro da Suíça, sugeriu a ideia de um registro central de padres acusados de abusos sexuais.

A conferência estimula ainda "todos que sofreram abusos a comparecer aos centros de consulta para as vítimas e, se for o caso, a apresentar uma denúncia judicial".

Ao mesmo tempo, os bispos pedem aos autores de abusos sexuais "a assumir suas faltas e apresentar-se às autoridades competentes".

Escândalo

Um escândalo sobre os acobertamentos de abusos sexuais de crianças por parte de padres foi revelado na Igreja Católica da Irlanda e atingiu o Vaticano com intensidade ainda maior que o escândalo semelhante que atingiu os Estados Unidos oito anos atrás.

Desta vez, o escândalo vem chegando perigosamente perto do próprio papa, na medida em que os grupos de vítimas disseram que querem saber como ele tratou desses casos antes de sua eleição a papa, em 2005.

Muitas alegações de acobertamentos de abusos sexuais envolvem Munique, na época em que o papa foi arcebispo da cidade, entre 1977 e 1981. Grupos de vítimas pedem ainda informações sobre as decisões tomadas pelo papa na época em que dirigiu o departamento doutrinal do Vaticano, entre 1981 e 2005.

Os casos de pedofilia atingiram ainda a Holanda, onde a Igreja Católica recebeu 1.100 denúncias de pessoas que afirmam ter sofrido abusos sexuais por parte de membros do clero entre os anos 50, 60 e 70.

Na Alemanha, as denúncias de pedofilia chegam a 120 e teriam ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980 em escolas jesuítas locais. O caso envolveu até mesmo o sacerdote Georg Ratzinger, irmão do papa, que liderava os rapazes do coro da catedral de Regensburg. O sacerdote negou saber dos casos de abusos e foi inocentado pelo Vaticano.

Na semana passada, na Áustria, a imprensa local noticiou casos de abusos cometidos em dois institutos religiosos nas décadas de 1970 e 1980.

Na Espanha, o Vaticano disse saber de 14 casos de abuso sexual de crianças, que teriam ocorrido de janeiro de 2001 até março de 2010, na Igreja Católica da Espanha.

De acordo com a imprensa espanhola, entre as suspeitas há pelo menos dez sentenças já emitidas por tribunais civis e quatro processos abertos por abusos similares cometidos por religiosos antes de 2001. No total, são 25 sacerdotes e religiosos espanhóis implicados em pedofilia nos últimos 20 anos.

O jornal "The New York Times" informou nesta quinta-feira em seu site que as maiores autoridades do Vaticano, incluído o então cardeal Joseph Ratzinger, que anos mais tarde se tornaria o papa Bento 16, encobriram um sacerdote americano acusado de abusar sexualmente de 200 crianças surdas.

O jornal teve acesso a documentos que procedem do processo judicial aberta contra o reverendo Lawrence Murphy, que trabalhou durante mais de 20 anos, entre 1950 e 1974, em uma escola para crianças surdas do Estado americano de Wisconsin.

O Vaticano reconheceu ainda os abusos cometidos por dois monsenhores e um padre do município de Arapiraca, a 130 quilômetros de Maceió (AL), depois de terem sido acusados de pedofilia por alunos de um coro e por seus familiares.

 

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