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26/04/2010 - 09h21

Um mês após eleição, Iraque invalida 52 candidaturas e ameaça novo governo

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da Reportagem Local

Um painel de revisão do Iraque decidiu invalidar nesta segunda-feira 52 candidaturas às eleições realizadas em 7 de março passado, ameaçando a pequena margem da aliança sunita e lançando mais dúvidas sobre o novo governo do país.

Não se sabe até o momento quantos dos candidatos barrados por supostos laços com o partido Baas, do ditador morto Saddam Hussein, efetivamente ganharam cadeiras nas eleições parlamentares. A agência de notícias Associated Press afirma que são ao menos dois.

Caso o resultado da eleição seja alterado, pode causar uma onda de reação entre os sunitas, pouco tempo depois da frágil redução da violência sectária no país, com a ajuda das forças internacionais.

As eleições legislativas deram 91 cadeiras à coalizão laica Iyad Allawi; 89 à coalizão xiita do atual primeiro-ministro, Nouri al Maliki; 70 à Aliança Nacional Iraquiana, que reagrupa duas formações xiitas conservadoras; e 43 à Aliança Curda.

Al Maliki criticou os resultados e pediu a recontagem manual em cinco Províncias, mas só conseguiu na capital.

"A decisão do painel é motivada politicamente e pode ser negativa para o processo democrático no Iraque", disse Mustafa Al Hiti, membro da aliança que apostou no forte apoio sunita e ganhou uma vantagem de dois assentos no Parlamento.

Hiti afirmou que a Iraqiya, liderada pelo ex-primeiro-ministro Iyad Allawi, não espera perder nenhuma das suas 91 cadeiras no Parlamento (que tem um total de 325).

A coalizão Estado da Lei, do atual premiê, ficou em segundo lugar na disputa e poderia se beneficiar de uma mudança. O advogado da coalizão, Tariq Harp, disse acreditar que dois ou três eleitos podem ser afetados pela invalidação.

A decisão do painel vem antes da esperada recontagem em Bagdá, que também pode mudar o cenário do Parlamento iraquiano em um momento delicado para o país --com as tropas americanas saindo do país, o novo governo enfrentará o desafio de manter a segurança dos iraquianos e combater as insurgências.

Um novo resultado que favoreça os xiitas pode ainda alimentar o ressentimento dos sunitas com sua queda do poder --o que causou, em 2003, com a derrubada de Hussein, uma guerra sectária e uma insurgência violenta.

Uma disputa pelos candidatos invalidados pode ainda prejudicar as negociações entre sunitas, xiitas e curdos, que será essencial para formar uma coalizão com poder suficiente no Parlamento para efetivamente governar, além, claro, de escolher o novo premiê.

Os iraquianos esperam ainda que a eleição possa ajudar o país a ganhar estabilidade política necessária para fortalecer a democracia recém-conquistada.

Com agências internacionais

 

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