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26/04/2010 - 10h25

Monarquistas querem lei marcial contra protestos da oposição na Tailândia

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da Reportagem Local

O movimento monarquista, conhecido como camisas amarelas, lançou nesta segunda-feira um ultimato ao primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, para que solucione a atual crise política no país e exigiu que se proclame a lei marcial para encerrar de vez os protestos dos oposicionistas camisas vermelhas.

Os camisas vermelhas, que ocupam o centro comercial de Bancoc, estenderam nesta segunda-feira sua mobilização a outras áreas da Tailândia, em mais uma tentativa de aumentar a pressão sobre o governo.

"O primeiro-ministro sabe que, nesta situação, são necessárias medidas militares já que uma solução política é difícil", declarou Suriyasai Katasila, porta-voz do Partido da Nova Política.

Vivek Prakash/Reuters
Camisas vermelhas mantêm barricada no centro comercial de Bancoc; governistas querem lei marcial
Camisas vermelhas mantêm barricada no centro comercial de Bancoc; governistas querem lei marcial

"A lei marcial deve ser proclamada", defendeu Suriyasai, cujo movimento representa os monarquistas e as elites aristocráticas e financeiras de Bancoc e que apoia o atual premiê.

A atual crise política na Tailândia se estende há quase dois meses e já deixou 25 mortos e 800 feridos nos enfrentamentos entre os militares e os manifestantes da oposição, que querem a renúncia de Abhisit e a convocação de novas eleições. Em 22 de abril, a explosão de várias granadas provocou a morte de uma pessoa e deixou 85 feridos.

Abhisit rejeita os ultimatos dos camisas vermelhas e agora vem sendo pressionado pelos próprios aliados para tomar uma ação que encerre de vez os protestos no país.

Os camisas amarelas defendem a monarquia frente aos camisas vermelhas, partidários do ex-primeiro-ministro deposto Thaksin Shinawatra.

Em 7 de abril passado, o governo tailandês decretou o estado de exceção em Bancoc e em cinco Províncias vizinhas. A medida, que proíbe reuniões públicas e permite toque de recolher, não impediu o acampamento de camisas vermelhas, em sua maioria vindos da área rural do país, em pontos importantes da capital.

Com a lei marcial, haveria a suspensão de todas a ou quase todas as liberdades fundamentais do cidadão --como o ato de ir e vir, se reunir, manifestar sua opinião e não ser preso sem ordem judicial fundamentada.

Os camisas amarelas, do movimento Aliança do Povo para a Democracia (PAD), lançaram em 18 de abril passado um ultimato ao governo, dando um prazo de uma semana para solucionar a crise, cada vez mais violenta.

Pelo país

Grupos de manifestantes ampliaram nas Províncias do nordeste do país e próximas a Bancoc os bloqueios às tropas que receberam a ordem de reforçar a segurança na capital.

O secretário-geral da Frente Unida para a Democracia e contra a Ditadura (FUDD), Natthawut Saikua, disse que sua plataforma política deu instruções aos seguidores para que impeçam que os soldados extras enviados se unam às tropas que já estão na capital desde meados de maio, quando começaram os protestos.

"A rede nacional da Frente quer evitar a chegada de tropas para participar do assalto que o governo planeja realizar contra nós", disse Saikua aos jornalistas.

No norte da Tailândia, centenas de seguidores da FUDD impediram que cerca de 150 soldados da brigada especial da polícia e outros vários deixassem o quartel na Província de Phitsanulok com destino a Bancoc.

Ações similares foram feitas nas Províncias de Ayuthaya, próxima a Bancoc e onde os camisas vermelhas retiveram na estrada um comboio de 14 veículos com policiais, assim como na de Chachoengsao, onde sitiaram a delegacia provincial.

Os líderes dos camisas vermelhas pediram ainda que os manifestantes tirem as camisas símbolo do movimento e se preparem para agir "disfarçados" nos protestos, para evitar a ação das tropas do governo.

No fim de semana, Abhisit rejeitou uma oferta dos camisas vermelhas, diminuindo as chances de uma saída pacífica à crise. "Não haverá negociações enquanto a violência continuar", decretou.

Com agências internacionais

 

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