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03/06/2004 - 12h16

Diretor da CIA pede demissão e alega "razões pessoais"

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da Folha Online

Em uma atitude surpreendente, o diretor da CIA (agência de inteligência americana), George Tenet, 51, pediu demissão nesta quinta-feira alegando "razões pessoais", segundo anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Há muito tempo Tenet vem sendo criticado por falhas de inteligência em relação aos ataques de 11 de setembro de 2001 e por dar indicações da existência de armas de destruição em massa no Iraque.

AP-14.abr.2004
George Tenet, diretor da CIA
"Ele me disse que pediu demissão por razões pessoais. Eu disse a ele que lamento sua saída. Ele fez um trabalho soberbo", declarou Bush em uma rápida aparição pública no jardim da Casa Branca, antes de partir para uma viagem à Europa.

Tenet permanecerá em seu cargo até julho, quando será substituído interinamente pelo vice-diretor da CIA, John McLaughlin, até que seja nomeado um substituto permanente.

Tenet havia sido nomeado pelo ex-presidente Bill Clinton em maio de 1997 e foi confirmado em seu cargo por Bush. Ele foi um dos poucos "sobreviventes" da administração anterior.

Havia especulações de que Tenet deixaria seu cargo após as eleições presidenciais de novembro.

A renúncia de Tenet ocorre após diversas críticas sobre a participação da CIA nas declarações do governo dos EUA de que o regime de Saddam Hussein contava com armas de destruição em massa, a principal justificativa para a guerra no Iraque.

A reputação da CIA sofreu vários golpes durante o governo de Bush, incluindo seu fracasso em detectar o planejamento dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, que provocaram quase 3.000 mortes.

Apesar dos rumores sobre a saída de Tenet nos últimos meses, o momento da renúncia causou surpresa. A transferência de poder no Iraque será no dia 30 de junho e Bush inicia nesta quinta-feira uma viagem à Europa.

Em discurso realizado em fevereiro passado na Universidade de Georgetown, em Washington, Tenet defendeu energicamente a CIA, acusada de divulgar informações falsas sobre o armamento iraquiano.

"Analistas da CIA nunca disseram que o Iraque representava uma ameaça iminente", declarou. "Apresentaram uma avaliação objetiva a nossos políticos de um ditador brutal [Saddam Hussein] que continuava seus esforços por enganar e organizar programas que nos surpreenderam e ameaçaram nossos interesses constantemente."

Com agências internacionais

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