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06/06/2004 - 04h57

John Kerry reunirá EUA e Europa, diz analista americano

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MÁRCIO SENNE DE MORAES
da Folha de S.Paulo

A vitória do democrata John Kerry sobre o republicano George W. Bush, na eleição de novembro, fará que as relações transatlânticas voltem gradativamente ao normal, pois ele é mais multilateralista e propenso a cooperar com a ONU e com a Europa.

A análise é de Charles Tilly, historiador, especialista em relações internacionais da Universidade Columbia (EUA) e autor de "Contention and Democracy in Europe, 1650-2000" (contenção e democracia na Europa, 1650-2000).

Folha de S.Paulo - O sr. crê que a situação atual das relações transatlânticas seja um ponto de inflexão?

Charles Tilly -
A situação atual vem-se desenvolvendo há dois anos. Afinal, a guinada da política externa americana ocorrida após o 11 de Setembro foi responsável pelo resfriamento dos laços que unem os EUA à Europa. Acredito que, se Kerry vencer Bush em novembro, as relações transatlânticas devam gradativamente voltar ao normal, já que ele daria mais atenção à Europa e à ONU.

Creio, portanto, que tenha havido uma mudança temporária, ligada a questões conjunturais, não estruturais. A situação é séria, mas não deverá alterar o alinhamento estrutural existente entre os EUA e as potências européias.

Folha de S.Paulo - Essa aliança é fundamental para a civilização ocidental?

Tilly -
Ela tem sido a base da civilização ocidental desde 1945. Penso que as conexões estabelecidas desde o final da Segunda Guerra são mais fortes que as diferenças atuais, que não deverão durar mais de cinco ou dez anos.

Houve uma miríade de desacordos entre os EUA e a Europa nas últimas décadas. Contudo isso não significa que surgirão diferenças irreconciliáveis no futuro.

Folha de S.Paulo - Como os danos provocados pela atual política externa dos EUA poderão ser reparados?

Tilly -
Ela tem sido terrível e mina o sistema multilateralista criado após a Segunda Guerra. Mas isso não representa uma mudança permanente da percepção americana da política e da economia mundiais. Europeus e americanos têm boas chances de manter-se unidos por décadas graças às suas relações comerciais e à sua identidade político-cultural.

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