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José Alencar diz que acordo assinado com Brasil vai evitar sanções ao Irã
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VITOR ABDATA
da Agência Brasil
O presidente da República em exercício, José Alencar, disse nesta segunda-feira acreditar que o acordo assinado entre Brasil, Turquia e Irã conseguirá impedir novas sanções aos iranianos. O acordo prevê que o Irã envie urânio para ser enriquecido na Turquia para que o minério seja usado como combustível nuclear.
"O acordo balançou o mundo. O que se defende é o uso de urânio para fins pacíficos, com enriquecimento a 20%. Os países que possuem armas nucleares argumentam que esse é um elemento de dissuasão. Então, por que nós vamos proibir a um país de enriquecer urânio para fins de energia, de desenvolvimento?", perguntou Alencar.
Antes de mediar o acordo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu críticas dos políticos de oposição e dos países que querem implementar sanções contra o Irã, como os Estados Unidos e as potências europeias. Segundo os críticos, Lula não conseguiria avançar num diálogo como Irã e que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, estava usando Lula para adiar sanções.
"É natural que haja [críticas]. Há pessoas que são mais céticas com relação a um sucesso desses. Até porque o Brasil nunca participou de um trabalho dessa natureza. O certo é que foi uma vitória, porque o presidente trabalhou pela paz, pelo diálogo. Ele representou a alma do povo brasileiro, que é a favor do diálogo e das soluções encontradas no diálogo. E nisso, ele foi vitorioso", disse.
José Alencar participou hoje da abertura do 22º Fórum Nacional, no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Centro do Rio de Janeiro. O senador Arthur Virgilio (PSDB/AM), que também participou do evento, criticou o acordo, mas elogiou a iniciativa do presidente.
"Não consigo ver garantias efetivas de que esse acordo impeça que o Irã continue fazendo o desenvolvimento de seu projeto belicista. Entendo que, se há boa vontade do presidente do Irã, que ele permita, quem sabe, uma inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Espero que eles não usem a boa-fé do nosso presidente para desviar a atenção de um regime que está marginalizado no conceito internacional. De qualquer forma, quero parabenizar o presidente pela tentativa. Tentar é sempre melhor do que não fazer ", disse Virgílio.
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