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Coreia do Sul deve levar acusação de ataque norte-coreano à ONU
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da Reportagem Local
A Coreia do Sul divulgou nesta quinta-feira seu relatório sobre a explosão que causou o naufrágio do navio de guerra Cheonan e a morte de 46 de seus marinheiros e acusou formalmente a Coreia do Norte de lançar um torpedo contra a embarcação.
Na próxima segunda-feira (24), a Coreia do Sul deve levar a acusação à ONU (Organização das Nações Unidas), em busca de uma resolução contra o regime de Pyongyang. Seul já conta com o apoio do Japão, Estados Unidos e Austrália.
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, afirmou que Seul vai tomar medidas "firmes" contra a Coreia do Norte para que admita sua responsabilidade no afundamento de um navio. Lee fez as declarações durante conversa telefônica com seu colega australiano, Kevin Rudd.
Imediatamente depois que a Coreia do Sul publicou o relatório responsabilizando os vizinhos pelo ataque, Pyongyang emitiu um comunicado no qual rejeitou as acusações e chamou Lee de "traidor".
A Coreia do Norte já negara a autoria do naufrágio, mas a acusação formal deve incitar uma disputa diplomática que pode acabar no Conselho de Segurança da ONU e lançar mais incertezas sobre os diálogos de desnuclearização de Pyongyang --paralisados há mais de um ano.
Na manhã desta quinta-feira, a Coreia do Sul apresentou evidências forenses do ataque, incluindo parte de um propulsor de torpedo com o que os investigadores acreditam ser um número de série norte-coreano.
Eles dizem que as evidências provam que a explosão submarina que afundou a corveta de 1.200 toneladas em 26 de março passado, na fronteira marítima entre as duas Coreias, foi causada por um torpedo norte-coreano.
O relatório foi elaborado por investigadores norte-coreanos com a ajuda de especialistas dos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Suécia.
Apoio
O premiê japonês, Yukio Hatoyama, afirmou nesta quinta-feira que vai apoiar Seul em busca de uma resolução do Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte. Ele pediu ainda à China, principal aliada de Pyongyang, que assuma postura firme no tema.
"Se a Coreia do Sul buscar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, Japão estará na frente da iniciativa", disse Hatoyama a repórteres. "Eu quero trabalhar duro nesta direção".
A China qualificou como o ato como "um infeliz incidente" e evitou o tom de condenação. Ela pediu ainda que os dois países tenham cautela no caso. "Trata-se de um infeliz incidente, e esperamos que se resolva, em nome da paz e da estabilidade da região", destacou em entrevista coletiva o vice-ministro de Relações Exteriores Cui Tiankai.
"A Coreia do Sul agiu de maneira calma até agora", disse Hatoyama. "A China pode estar usando a palavra calma de outra maneira. Precisamos reconhecer os fatos como fatos".
Mais cedo, a Casa Branca indicou que o relatório da equipe de investigadores reflete uma revisão "científica e objetiva da evidência" e chamou o naufrágio de "ato de agressão". "É mais um exemplo do comportamento inaceitável da Coreia do Norte e de seu desafio às leis internacionais", destacaram os EUA.
A Casa Branca lembrou que o presidente americano, Barack Obama, falou dois dias atrás com Lee para reiterar que os EUA apoiam a Coreia do Sul, "tanto em seus esforços por assegurar justiça para os 46 marinheiros mortos no ataque" quanto "em sua defesa contra outros atos de agressão".
O primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, também condenou a Coreia do Norte e exigiu uma resposta internacional das Nações Unidas.
"A comunidade internacional não pode deixar passar este ato sem uma resposta apropriada", disse Rudd, que qualificou como "deplorável" o ataque ao navio militar.
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