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22/05/2010 - 00h40

Estagnado, candidato governista muda campanha em busca de "efeito Uribe"

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VITOR LOUREIRO SION
da Ansa, em São Paulo

O candidato governista às eleições presidenciais colombianas, Juan Manuel Santos, está estagnado nas pesquisas, virtualmente empatado com o candidato do Partido Verde, Antanas Mockus, surpresa da campanha eleitoral colombiana.

Para tentar reverter o cenário nos últimos dias antes do pleito de 30 de maio, Santos fez mudanças de estratégia na reta final da campanha, em busca da popularidade do presidente Álvaro Uribe.

"Decidimos resgatar as bandeiras do Partido de la U [Partido Social da Unidade Nacional]", afirmou Santos, ex-ministro da Defesa do governo Uribe. Ele disse que essas propostas identificam tanto a sua candidatura quanto o presidente do país -- que encerrará o seu segundo mandato consecutivo em agosto e foi impedido de disputar uma segunda reeleição pela Justiça.

Dessa forma, sua nova estratégia busca atrair a parcela da população que aprova o atual mandatário, cerca de 70% dos colombianos, mas que ainda não simpatizam com o ex-ministro.

Além de alterar as ações publicitárias, a campanha de Santos passou a utilizar as cores do Partido Social da Unidade Nacional --verde, amarelo e vermelho--, em substituição ao laranja, e contratou novos assessores, como o publicitário venezuelano Juan José Rendón.

A incorporação de Rendón gerou polêmica entre os governistas, pois ele seria conhecido como idealizador de "guerras sujas" em processos eleitorais. No início de maio, o até então gerente da campanha, Alberto Velásquez, renunciou ao cargo e disse que não havia espaço para que ele e o venezuelano trabalhassem juntos.

Santos explicou que as mudanças foram adotadas depois que 'centenas de pessoas de diferentes regiões sentiram que devíamos fazer um giro' e que, por isso, "revisamos a estratégia e relançamos nossa campanha".

Duas pesquisas de voto divulgadas nesta sexta-feira na Colômbia dão diferentes resultados, concedendo uma eventual vitória tanto a Santos quanto a Mockus. Em março, o governista aparecia com 34% das intenções, contra cerca de 23% da segunda colocada, a ex-chanceler Noemi Sanín, do Partido Conservador (PCC).

Há dois meses, Mockus nem era considerado um dos fortes candidatos na disputa. Agora, os novos estudos apontam que a votação do próximo dia 30 será acirrada entre o opositor e o ex-ministro da Defesa e deverá ratificar a necessidade de um segundo turno, que ocorreria em 20 de junho caso o mais votado não supere mais de 50% dos sufrágios.

Outros seis candidatos concorrem neste pleito. Germán Vargas Lleras, do Mudança Radical; Gustavo Petro, do Polo Democrático Alternativo (PDA); Rafael Pardo, do Partido Liberal; Jaime Araujo Rentería, da Aliança Social Afrocolombiana (ASA); Robinson Devia Gonzalez, do Movimento A Voz da Consciência, e Jairo Calderón Carrero, do Movimento Abertura Liberal. Segundo as pesquisas, nenhum deles tem chances de buscar o primeiro ou o segundo lugar.

Esta estratégia de obter votos com a popularidade do atual governo tem sido muito utilizada na América Latina. Na Argentina, por exemplo, Néstor Kirchner, que governou entre 2003 e 2007, conseguiu eleger sua mulher, Cristina Kirchner, em 2008.

O mesmo ocorreu neste ano na Costa Rica, onde Laura Chinchilla ampliou a porcentagem de apoio do Partido de Libertação Nacional (PLN), obtendo 46,7% dos votos. Em 2006, seu antecessor, Óscar Arias, foi eleito com 40,8%.

Por outro lado, nas últimas presidenciais do Chile, a mandatária Michelle Bachelet, que tinha altos índices de popularidade (mais de 80%), não foi bem sucedida com o candidato da coalizão Concertación, Eduardo Frei. A aliança de esquerda sofreu, em 2009, a sua primeira derrota eleitoral para o Executivo em 20 anos.

 

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