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12/09/2004
-
09h24
LUCIANA COELHO
da Folha de S.Paulo, em Nova York
O corpo de Debora Maldonado, que trabalhava no 99º andar da Torre Sul do World Trade Center, nunca foi encontrado. "Não acharam nem sequer um sapato dela", disse sua irmã Mary Ann, que ao lado de oito familiares acompanhou ontem no Marco Zero a cerimônia do terceiro aniversário dos ataques terroristas que mataram quase 3.000 pessoas em Nova York.
Como a família de Debora, que veio de Miami e Porto Rico para o evento, milhares que perderam parentes em 11 de setembro de 2001 escutaram, emocionados, a leitura dos 2.749 nomes. A tarefa --freqüentemente interrompida por soluços, choros e mensagens aos mortos-- coube a cem duplas de pais e avós de vítimas.
A platéia envergava camisetas com imagens dos entes perdidos, exibia cartazes e fotos às câmeras de TV e soltava balões em forma de coração.
Às vezes se ouviam palmas. Às vezes, só o silêncio.
A cerimônia começou às 8h40, com o Coral Jovem da Cidade de Nova York e discurso do prefeito Michael Bloomberg. "Um filho que perde um pai é um órfão. Um marido que perde a mulher é um viúvo. Mas não há nome para um pai que perde um filho, pois nenhuma palavra pode definir esse sentimento", disse o republicano.
Muitos dos parentes estavam lá já antes das seis da manhã, lembrando, chorando, trocando histórias e, principalmente, votos de apoio mútuo. "É impossível esquecer", diz Mary Ann. "A televisão não deixa. Todo ano, perto do 11 de setembro, eles ficam reprisando as imagens do ataque.
Cada vez que vejo aquela torre ser atingida, fico pensando no que minha irmã estaria fazendo quando morreu. Se sofreu, se correu, se morreu rápido."
Às 8h46, 9h03, 9h59 e 10h29, foram feitas pausas, durante as quais foram tocados os sinos das igrejas da cidade para marcar os instantes em que cada uma das duas torres foi atingida pelos dois aviões seqüestrados por terroristas da Al Qaeda e que cada uma ruiu.
Antes de cada momento de silêncio, o discurso de uma autoridade --falaram Bloomberg, seu antecessor, Rudolph Giuliani, e os governadores de Nova York e da vizinha Nova Jersey, George Pataki e James McGreevey-- e de pais de vítimas. Metros abaixo, no enorme poço que se tornou o lugar onde ficavam as torres, parentes depositaram flores.
Cerimônias também aconteceram na Casa Branca e nos locais onde caíram os outros dois aviões seqüestrados --em Shanksville, na Pensilvânia, e em Arlington (perto de Washington), onde 184 pessoas morreram no ataque ao Pentágono.
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O corpo de Debora Maldonado, que trabalhava no 99º andar da Torre Sul do World Trade Center, nunca foi encontrado. "Não acharam nem sequer um sapato dela", disse sua irmã Mary Ann, que ao lado de oito familiares acompanhou ontem no Marco Zero a cerimônia do terceiro aniversário dos ataques terroristas que mataram quase 3.000 pessoas em Nova York.
Como a família de Debora, que veio de Miami e Porto Rico para o evento, milhares que perderam parentes em 11 de setembro de 2001 escutaram, emocionados, a leitura dos 2.749 nomes. A tarefa --freqüentemente interrompida por soluços, choros e mensagens aos mortos-- coube a cem duplas de pais e avós de vítimas.
A platéia envergava camisetas com imagens dos entes perdidos, exibia cartazes e fotos às câmeras de TV e soltava balões em forma de coração.
Às vezes se ouviam palmas. Às vezes, só o silêncio.
A cerimônia começou às 8h40, com o Coral Jovem da Cidade de Nova York e discurso do prefeito Michael Bloomberg. "Um filho que perde um pai é um órfão. Um marido que perde a mulher é um viúvo. Mas não há nome para um pai que perde um filho, pois nenhuma palavra pode definir esse sentimento", disse o republicano.
Muitos dos parentes estavam lá já antes das seis da manhã, lembrando, chorando, trocando histórias e, principalmente, votos de apoio mútuo. "É impossível esquecer", diz Mary Ann. "A televisão não deixa. Todo ano, perto do 11 de setembro, eles ficam reprisando as imagens do ataque.
Cada vez que vejo aquela torre ser atingida, fico pensando no que minha irmã estaria fazendo quando morreu. Se sofreu, se correu, se morreu rápido."
Às 8h46, 9h03, 9h59 e 10h29, foram feitas pausas, durante as quais foram tocados os sinos das igrejas da cidade para marcar os instantes em que cada uma das duas torres foi atingida pelos dois aviões seqüestrados por terroristas da Al Qaeda e que cada uma ruiu.
Antes de cada momento de silêncio, o discurso de uma autoridade --falaram Bloomberg, seu antecessor, Rudolph Giuliani, e os governadores de Nova York e da vizinha Nova Jersey, George Pataki e James McGreevey-- e de pais de vítimas. Metros abaixo, no enorme poço que se tornou o lugar onde ficavam as torres, parentes depositaram flores.
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