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02/11/2004 - 09h03

Eleição nos EUA define rumo militar, econômico e político do planeta

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da Folha Online

Os cerca de 100 milhões de eleitores norte-americanos começaram, às 9h desta terça-feira [no horário de Brasília], a escolher, na maioria dos Estados, quem ocupará a 44º Presidência dos EUA nos próximos quatro anos.

O resultado é imprevisível: as últimas pesquisas apontam empate técnico nas intenções de voto entre o republicano George Walker Bush e o democrata John Forbes Kerry (48% para cada um).

A importância desse jogo eleitoral é tamanha que seu resultado apontará o caminho econômico, militar e diplomático (não necessariamente nessa ordem) de todo o planeta --ao menos nos próximos quatro anos. Afinal, trata-se da escolha do presidente do "império EUA", um país com um PIB da ordem de US$ 11 trilhões --cerca de 20 vezes maior que o do Brasil--, quase 300 milhões de habitantes e responsável por 18% das importações e 10% das exportações do mundo.

O voto não é obrigatório no país. A eleição é indireta e os americanos votam em representantes para a formação de um colégio eleitoral.

Morry Gash/AP
George W. Bush, presidente dos Estados Unidos
Bush tenta a reeleição, quatro anos depois de assumir o cargo repleto de suspeitas de irregularidades eleitorais. Nove meses após assumir, passou a comandar um país traumatizado pelo impacto da crise dos atentados às torres gêmeas do World Trade Center, nos ataques de 11 de Setembro.

Bush, 58, tornou-se o "presidente da guerra", lançou ataques contra o Afeganistão e o Iraque, baixou impostos da classe mais privilegiada e liderou o país mais abastado do mundo em meio a taxas crescentes de desemprego --que atinge mais de 8 milhões de pessoas, atualmente.

Paul Sancya/AP
John Kerry, candidato democrata a presidente
Do outro lado está o senador democrata John Kerry, 60, representando a Casa Branca da era Clinton, época de economia pungente, política comercial conservadora e relativa calma no cenário internacional.

Se depender de Kerry, no entanto, a política militar americana não deve se alterar muito.

Em diversos discursos, o democrata não hesitou em prometer que vai "caçar" e "matar" Bin Laden e outros "inimigos" antes que eles cheguem ao território americano.

Votação, apuração e suspeitas

As primeiras seções eleitorais abrem nos Estados de Connecticut, Kentucky e Nova York (Leste dos EUA) às 6h (9h de Brasília) de hoje. Os eleitores americanos poderão votar até as 20h desta terça (o fuso horário é de três a seis horas a mais que em Brasília).

A apuração dos votos só começará quando se encerrarem as votações em todos os Estados. A expectativa é que o resultado saia no meio da madrugada desta quarta-feira.

O país mais poderoso do mundo não está imune às fraudes. Já há suspeitas sobre o destino de 60 mil cédulas que desapareceram na Flórida, o que pode levar a decisão das eleições mais uma vez para a Justiça --como no final de 2000.

Os dois candidatos já estão economicamente preparados também para uma eventual luta jurídica: calcula-se que os republicanos tenham arrecadado cerca de US$ 8 milhões para disputas legais --caso a diferença de votos seja pequena e o drama das recontagens de 2000 se repita. O democratas teriam arrecadado cerca de US$ 3 milhões com esse fim.

Em 2000, a Corte Suprema dos EUA pôs fim a uma recontagem de votos na Flórida, proclamando a vitória de Bush, 36 dias após a eleição, ocorrida no dia 7 de novembro.

Como é a eleição

Os eleitores nos 50 Estados e no Distrito de Colúmbia elegem 538 representantes para o Colégio Eleitoral, que se transformam em votos para o presidente. Um candidato precisa da maioria de 270 votos para vencer a eleição. Até o momento, os prováveis votos de Bush somam 205, contra 164 de Kerry. Os 161 que se mantêm indecisos vão decidir a eleição em favor dos democratas ou dos republicanos.

Os americanos não votam apenas pela escolha de um novo presidente, mas, como a cada dois anos, também renovam o quadro da Câmara dos Representantes [435 cadeiras] e um terço do Senado [34 cadeiras]. Os novos membros eleitos são decisivos porque podem emperrar ou fortalecer o apoio ao presidente eleito.

A ala republicana aposta na conquista de um reforço à maioria que já desfruta na Câmara dos Representantes, e luta para manter a pequena vantagem que mantém no Senado.



Ainda nesta terça, Estados decidem em plebiscitos questões importantes como a emenda do casamento gay, a pesquisa com células-tronco, a liberalização da maconha e impostos sobre cigarro.

No Colorado, por exemplo, os eleitores também decidirão sobre a forma de escolha dos representantes do Estado no Colégio Eleitoral. A Emenda 36 prevê dividir os nove votos do Colorado no Colégio Eleitoral de forma proporcional à votação obtida pelos candidatos [atualmente, o candidato que tiver o maior número de votos leva todos os votos do Estado].

Controle e informação

A eleição nos EUA envolve 2 milhões de funcionários e 200 mil seções eleitorais. Calcula-se que 143 milhões de americanos participarão das eleições, um número recorde. Desde 1972, quanto atolavam no Vietnã, os americanos não iam às urnas enquanto seu país está envolvido em uma guerra --a do Iraque.

De acordo com o informações do Departamento de Justiça dos EUA, 1.090 observadores farão o controle do pleito, o que representa mais que o triplo disponibilizado em 2000.

Cerca de 7.000 advogados e estudantes se revezarão para responder dúvidas de eleitores das 6h na Costa Oeste dos EUA até as 20h, quando a última urna seja fechada na Califórnia.

Especial
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